A casa é sua....
ASILO SUSPEITO
Brasil é complacente com assassino, diz 'Economist'. Cesare Battisti
chegou ao Brasil em março de 2007 .O Brasil está sendo complacente,
sem uma razão convincente, com um assassino condenado pela Justiça,
diz a revista britânica Economist na edição que chegou às bancas nesta
sexta-feira.
Em um artigo que leva o título "A loucura do asilo", a revista se refere
ao caso do italiano Cesare Battisti, que recebeu asilo no Brasil, causando
um mal-estar diplomático com a Itália, que quer sua extradição.
A revista abre o texto dizendo que o Rio de Janeiro, "com sua gigantesca
estátua de Cristo oferecendo redenção sem limites, é um lugar atraente
para se viver como fugitivo da Justiça".
"Claude Rains elegantemente se escondeu ali em um dos melhores filmes
de Hitchcock (Interlúdio, de 1946). Ronald Biggs, depois de roubar um
trem em 1963, trocou uma prisão britânica pela praia de Copacabana
- causando mais inveja do que difamação".
Battisti “se juntou a esse grupo, depois que de receber status de refugiado
político do Brasil”, diz a reportagem.
Para a Economist, pouca gente na Itália tem dúvidas de que o julgamento
de Battisti, ex-militante de esquerda condenado pelo assassinato de dois
policiais nos anos 70 e pelo seu envolvimento na morte de um açougueiro
e de um joalheiro, foi justo.
Enquanto ele esteve exilado na França, diz a Economist, os governos
francês e italiano discutiram o caso, mas “o governo da Itália esperava
que o Brasil fosse mais prestativo”.
“Mas seus protestos foram recebidos com descaso pelo presidente Luiz
da Silva, do tipo reservado para ocasiões em que ele pensa que um país
mais desenvolvido está tentando dizer ao Brasil o que fazer.”
Para a Economist, as razões do Brasil para proteger Battisti não são
convincentes.“O ministro da Justiça, Tarso Genro, se referiu à tradição
do país de receber exilados políticos, variando de Alfredo Stroesner,
um ex-ditador particularmente odioso (do Paraguai), a Olivério Medina,
um ex-guerrilheiro (da Colômbia). Agora que a democracia é a norma nas
Américas, esta tradição é anacrônica”, diz a revista.
“Genro também parece acreditar que Battisti foi condenado por crimes
políticos, e não por assassinato.”Segundo a Economist, dois sentimentos
parecem estar por trás da decisão de Tarso Genro. Um seria "a relutância
do Brasil em examinar seu próprio passado – toda vez que surge a questão
de se investigar o regime militar,ela é rapidamente posta de lado, ao
contrário do que ocorreu no Chile e na Argentina".
O outro seria "a solidariedade, encontrada entre alguns membros do PT
que eram militantes da extrema esquerda nos anos 70".
“Na Itália, que perdeu um ex-primeiro-ministro para as Brigadas Vermelhas
e teve um assessor do governo assassinado em 2002 por seus imitadores, as
atitudes são muito menos indulgentes”, conclui a reportagem.
Esse individuo teve a sorte de pedir asilo, justamente aqui. Ou se for
bem informado, ja sabia que aqui só bandidos podem andar armados e é o
paraíso para eles.
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