O perigo está em baixo

















03/04/2002
Corpos em cemitério de São Paulo contaminam o lençol freático.
Sepulturas com menos de um ano são a principal causa de
contaminação.

Várias bactérias e vírus originadas na decomposição de corpos
enterrados no Cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, na Zona
Norte da cidade de São Paulo, estão chegando até o lençol freático
que passa sob o local, com potencial perigo de contaminação da
população que eventualmente venha a consumir aquela água.

As principais fontes de contaminação das águas que passam
sob o cemitério são as sepulturas mais jovens, com menos de
um ano, localizadas mais próximas do nível freático. Os vírus
mostraram capacidade para se transportar por pelo menos 3,2
metros pela terra para chegar à água.

Essas são informações levantadas pela tese de doutorado de
Bolivar Antunes Matos, apresentada ao Instituto de
Geociências da Universidade de São Paulo (USP). Ela foi
divulgada nesta semana pelo site Saber, daquela universidade.

O estudo contou com experiências em laboratório (onde foram
montadas colunas com o solo do cemitério para experimentos
de capacidade de condução de elementos) e no local (com a
coleta de amostras da terra e do lençol freático).

Segundo o estudo, foram localizados nas águas sob o cemitério
os vírus adenovírus (resistente ao ambiente, que provoca infecções
respiratórias) e enterovírus (que afeta o intestino) e vários
tipos de bactérias (heterotróficas e proteolíticas).

As áreas de maior contaminação (sepulturas com menos de
um ano), localizadas mais próximas do nível freático, apresentam
maior número de bactérias em geral.

Verificou-se que há um grande consumo do oxigênio existente
nas águas e que as sepulturas ainda provocam um acréscimo
na quantidade de sais minerais, aumentando a condutividade
elétrica destas águas.

Enquanto se percebeu que as bactérias são transportadas
poucos metros, diminuindo em concentração com o aumento
da distância dos túmulos, os vírus mostraram maior capacidade
de locomoção na terra, tendo sido transportados, no mínimo,
3,2 metros na zona não saturada até alcançar o aqüífero.

Antunes Matos recomenda em seu trabalho que seja elaborada
uma regulamentação nacional sobre a construção e conservação
de cemitérios e que os cemitérios sejam considerados como
fonte potencial de contaminação de águas subterrâneas, já que
mostrou-se essa capacidade com o próprio estudo. No trabalho
ele cita outro estudo que verificou contaminação em outros
cemitérios da cidade.

http://www.prometeu.com.br/noticia.asp?cod=442

Aí está um negócio perigosíssimo.O que surpreende é que isso
tenha sido descoberto a tão pouco tempo.Há séculos que se
enterram os corpos no chão.Antigamente os cemitérios eram
afastados das cidades.

Hoje elas ja os absorveram com o crescimento desordenado.
Já ouvi gente dizer que morava ao lado do cemitério porque
a vizinhança não era barulhenta.

No futuro , cemitérios serão coisas do passado.Cada cidade
terá um forno crematório onde transformará tudo em pó.
Daí fica mais válido ainda o :"Ao pó te tornarás."

Pôe-se o defunto com caixão e tudo la dentro e em poucos
minutos, o ex-coveiro recolhe as cinzas, coloca em um vidro
de palmito e entrega aos familiares. Na estante da casa,
ao lado da foto do ente querido, coloca-se o vidro com
as cinzas.

Com isso, os cemitérios podem virar parques, os coveiros
terão serviços mais leves e as prefeituras e empresas
administradoras terão que descobrir outra forma de
explorar a população nessas horas de tristeza.

E o mais importante, acaba-se com esse negócio de
contaminação.

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