Tapando os ouvidos



























Barulho: queixas ao 190 crescem 226%
Moradores das zonas leste e sul de São Paulo respondem por
60% dos chamados; de sexta-feira a domingo, Polícia Militar
recebe em média 1.118 reclamações.
Filipe Vilicic e Marcelo Godoy - O Estado de S.Paulo

O barulho incomoda cada vez mais o paulistano. E, como chamar
o síndico ou a Prefeitura nem sempre é eficaz, o jeito é apelar
para a polícia e recorrer ao 190. O resultado disso está nas
chamadas atendidas nos fins de semana pelo Centro de Operações
da Polícia Militar (Copom) - e na explosão de reclamações por
causa dos decibéis das festas, cantorias, bebedeiras, rezas e até
rojões. De 2006 a 2010, os casos de "perturbação do sossego
" cresceram 226%.

O Estado passou uma noite acompanhando o trabalho dos homens
do Copom. Era uma sexta-feira fria e, mesmo assim, as telas de
computadores do setor de despacho de viaturas receberam 448
chamados por causa de barulho. Se fosse um dia quente, esse
número seria muito maior. Casos de perturbação do sossego
crescem de 392 em média durante a semana para 1.118 de
sexta-feira a domingo.

O problema é que cada vez mais um serviço que deveria atender
emergências, como roubos com reféns, é usado para mediar
conflitos causados por vizinhos barulhentos. Há, por exemplo,
reclamação contra morador de favela que fecha rua para fazer
festa. Só com apoio policial os moradores do Condomínio Horto
do Ipê, no Morumbi, zona sul, conseguem chegar em casa.

Ou jovens que fazem um quarteirão inteiro escutar a música de
seus carros estacionados em um posto de gasolina de São Miguel
Paulista, na zona leste.

"As queixas de barulho já ultrapassaram os crimes contra a pessoa
- como homicídios e lesões corporais - entre as chamadas mais
atendidas pela PM", confirma o comandante do Copom, major
Ulisses Puosso. E hoje só perdem nos fins de semana para as
ocorrências de crimes contra o patrimônio - como roubos e furtos
- e para as brigas e discussões, as chamadas "desinteligências".

"Há casos em que é necessário até enviar a Tropa de Choque para
resolver o problema", diz o chefe do plantão noturno do Centro de
Operações, capitão Caio Grimaldi Desbrousses.

Periferia. As zonas leste e sul respondem por 60% dos chamados
contra o barulho. Igrejas e bares com alvarás, como os da Vila
Madalena, na zona oeste, por exemplo, quase não causam
problemas à PM. "Moradores de lá sabem que devem reclamar
para o Psiu (Programa de Silêncio Urbano, da Prefeitura)", afirma
o major.

É a cidade clandestina, portanto, que mais incomoda. E na
periferia da cidade o problema do barulho vira praga urbana. No
Jardim Elisa Maria, zona norte, por exemplo, quase todo fim de
semana tem reclamação. E é sempre preciso reforçar a equipe
para a PM impor silêncio no conjunto Promorar, na Rua Clara
Nunes.

Ali, quando uma viatura chega sozinha, é apedrejada. "Multar
bares com alvará é fácil", diz Puosso. "Agora, como fechar uma
festa na periferia ou um boteco sem alvará?"


O povo brasileiro é um povo sem educação.E a cada nova geração
que vem,torna-se mais deseducado.Isso é o resultado de uma política
educacional ultrapassada e sem o menor interêsse do governo
em mudá-la. Lembremos disso em Outubro próximo.

Para as pessoas cultas, que apesar de tudo ainda existem, embora
cada vez em menor número, só resta apelar para a polícia e para
a justiça.Quem não tem uma história de vizinho barulhento?
E não é somente nas grandes cidades.Acontece em todos os lugares.



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