País largado. 6



















SOBREMESA SUSPEITA.
Açúcar e corantes demais nas gelatinas. Pro Teste avaliou 11 produtos
e todos usam corante proibido em alguns países europeus.

Alexandre Gonçalves, alexandre.gonçalves@grupoestado.com.br

Pesquisa com 11 tipos de gelatina feita pela Pro Teste Associação de
Consumidores mostrou que todos os produtos utilizam o corante
amarelo crepúsculo - produto permitido pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), mas proibido em alguns países
europeus. “Pesquisas demonstraram uma relação dessa substância
(o corante) com hiperatividade e outros distúrbios de
comportamento em crianças suscetíveis”, afirma o estudo, que
destaca que boa parte do marketing das gelatinas é voltado
ao público infantil.

Além disso, quatro gelatinas com açúcar também receberam críticas.
Duas utilizam adoçantes - Royal e Dr. Oetker - e, por isso, não seriam
recomendadas para crianças e gestantes. Outras duas - Bretzke e Sol
- apresentam, respectivamente, 10,9 e 8,8 gramas de açúcar por
porção de 120g. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda
para adultos o consumo diário de até 50 g de açúcar. As demais
gelatinas - quatro dietéticas e três na versão zero - não contêm
açúcar e apresentam níveis seguros de adoçantes.

A quantidade de colágeno nos produtos, foi considerada muito pequena,
e, por isso, alvo de controvérsia. A Bretzke tradicional tem 0,76 grama.
A Doce Menor Diet e a Dr. Oetker Diet apresentam 2 gramas. Estudos
indicam que uma alimentação rica em colágeno traz benefícios para a
saúde. “Precisamos de uma legislação que regule a quantidade de açúcar
e de colágeno” afirma Manuela Dias, nutricionista da Pro Teste.

Ela também aponta que as marcas com maior quantidade de açúcar
foram consideradas muito doces . “Se diminuíssem o açúcar, agradariam
mais o paladar e seriam mais saudáveis.”A Kraft Foods, responsável pelas
gelatinas Royal, e a J. Macedo, da linha de produtos Sol, afirmaram por
nota que seguem a legislação da Anvisa no que diz respeito aos
ingredientes utilizados e à apresentação do produto.

A Bretzke Alimentos apontou que a quantidade total de açúcar dos seus
produtos é inferior à quantidade diária recomendada pela OMS para um
adulto, o que tornaria “um tanto relativo” o juízo da Pro Teste de que há
excesso da substância. A empresa informou ainda que foi lançada uma
linha com quantidade extra de colágeno para consumidores interessados
“nos aspectos funcionais” do nutriente.

SAIBA MAIS:
Os corantes podem ser inorgânicos
ou orgânicos, naturais ou artificiais.
São exemplos de corantes inorgânicos:
dióxido de titânio e óxidos de ferro9.
Os corantes naturais são derivados
de plantas ou animais. Os corantes
artificiais são sintetizados em
laboratório4.

O vermelho carmim
(vermelho no. 4) é um exemplo de
corante natural. É derivado do ácido
armínico, extraído de corpos secos
das fêmeas do inseto Dactylopius
coccus (cochonilha).



Já foram descritos alguns casos de asma ocupacional e alergia
alimentar desencadeadas pelo carmim, cujo mecanismo
fisiopatológico é mediado por IgE4,10.

Dentre os corantes artificiais encontramos: os corantes azo -
amarelo tartrazina (amarelo FD&C no. 5), amarelo crepúsculo
(amarelo FD&C no. 6), Bordeaux S (amaranto ou vermelho
FD&C no. 2) e Ponceau 4R (vermelho FD&C no. 4) -, a
eritrosina (vermelho FD&C no. 3) e o indigocarmim
(azul FD&C no. 2)4.

O amarelo tartrazina é encontrado em inúmeros
medicamentos,
cosméticos e alimentos.
Possui estrutura
química
similar à dos
benzoatos, salicilatos e
indometacina, daí a
possibilidade de reações
alérgicas cruzadas com
esses fármacos5. Além
disso, a tartrazina pode
desencadear hipercinesia
em pacientes hiperativos
e eosinofilia5.

A ocorrência de púrpura
não-trombocitopênica é
rara, porém significa que
a tartrazina tem capacidade
plaquetária,
à semelhança dos salicilatos, benzoato de sódio e metabissulfito de sódio11.
A hipersensibilidade à tartrazina ocorre em 0,6 a 2,9% da população, com
incidência maior nos indivíduos atópicos ou com intolerância aos salicilatos.

As manifestações clínicas mais comuns são: urticária, broncoespasmo,
rinite e angioedema11. Apesar da baixa incidência da sensibilidade à
tartrazina na população geral, os fabricantes são obrigados por lei a
destacar uma advertência na bula e na embalagem dos medicamentos
que contêm o corante12.
O corante amarelo crepúsculo (FD&C no. 6)
também pode provocar reações como, anafilactóides, angioedema,
choque anafilático, vasculite e púrpura.
Pode haver reação cruzada
entre o amarelo crepúsculo,
paracetamol, ácido acetilsalicílico,
benzoato de sódio e outros
corantes azo5.

Depois eu digo que vivemos em
um país largado e dizem que
exagero. O governo não está
preocupado com o povo. Nunca
esteve. A indústria também não
se preocupa em envenenar quem
a dá lucro. Atrás de tudo isso
está uma enorme burrice
generalizada. O povo pela
ignorância, o empresário pela
ganância e o governo pelo
descaso. Aqui e a terra do cada
um por si e salve-se quem puder.
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Um comentário:

Dudalessa disse...

Nossa...nunca mais dou "isso" aos meus filhos...Achava a gelatina tão inofenciva...