País largado 7















Crianças em risco nos parquinhos da capital .

Brinquedos dos parques públicos estão deteriorados, com lascas
se soltando e pregos enferrujados à mostra, e totalmente fora das
normas da ABNT. Prefeitura afirma que vai abrir licitação para
a troca dos equipamentos .

Daniel Gonzales, daniel.gonzales@grupoestado.com.br

Brincar nos parquinhos instalados em parques públicos da capital
não é totalmente seguro para as crianças. Malconservados, sujos e
instalados em pisos inadequados, os brinquedos requerem vigilância
redobrada dos pais ou responsáveis para não virarem armadilhas
para os pequenos.

A Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente afirma que
prepara licitação para a troca de mais de 16 tipos de brinquedos
nos 33 parques municipais da capital, o que deve levar de seis a
oito meses. Valores ainda dependem da finalização do edital.O JT
visitou 10 parques, nove deles apresentam problemas. A única
exceção foi o Parque do Trote, inaugurado em 2006, mas não
porque os brinquedos sejam adequados: o local simplesmente
não tem parte dos equipamentos, que ficavam perto da entrada.

Os antigos, doados, estavam tão estragados que tiveram de ser
retirados.Em pleno Parque do Ibirapuera, o mais visitado da
cidade, onde circulam 130 mil pessoas nos fins de semana, duas
gangorras estão sem os assentos e com pregos enferrujados
expostos. Em outra, algum funcionário adotou um “jeitinho”: a
gangorra também está com a madeira exposta e rachada, mas
os pregos foram martelados.

Parte dos balanços quebrados estava interditada com uma fita
plástica, que foi levada pela chuva. No Parque Estadual Fernando
Costa (Água Branca), em Perdizes, que pertence à Secretaria
Estadual de Agricultura e é sede de vários órgãos estaduais, os
brinquedos estão enferrujados, soltando lascas de madeira e
quebrados em meio à sujeira. Embaixo do balanço, onde deveria
haver areia ou grama, só barro, tipo de piso que é um convite aos
acidentes.

Já no Parque do Piqueri (municipal), no Tatuapé, há teias de
aranhas no playground. São apenas alguns (maus) exemplos.
“A grande maioria dos acidentes em parques é relacionada a
quedas”, diz Ingrid Stammer, coordenadora de projetos da ONG
Criança Segura. As quedas, diz, representam 55% das
hospitalizações de crianças entre 0 e 14 anos.

Por ano, segundo o Ministério da Saúde, ocorrem no País 6 mil
mortes e 140 mil internações, nessa faixa etária. Nos playgrounds,
os principais responsáveis são brinquedos com mais de 1,5 metro
de altura. “Onde a chance de acidentes é quatro vezes maior”,
segundo Ingrid, ou em tipos de solo inadequados. No Parque
Villa-Lobos (estadual), os brinquedos são novos, mas parte deles
está instalada em piso de concreto, impróprio para o local.

“Deve ser grama, areia fofa, terra não compactada ou emborrachado,
para absorver os impactos”, afirma Fabio Namiki, coordenador da
Comissão de Estudos de Segurança em Brinquedos da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Outra falha grave, de acordo com Namiki, é a ausência de barreiras
de segurança em torno dos balanços. Prevista pelas normas, elas
servem para impedir que crianças passem correndo em torno desses
brinquedos e sejam atingidas. Mas nenhum dos parques tem o
equipamento.
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