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Estávamos
no cômodo onde ficava a cama. Com o controle na mão, me preparava
para acioná-lo e trazer o tálamo de volta. Como prevenção,
ficamos um pouco afastados e atrás de um móvel,longe do suposto
lugar vazio, onde estava a cama. Apertei o controle... O cômodo
clareou com o flash... E veio também a cama. Respirei fundo e fui
até o móvel para conferir. Estava tudo normal. Passamos o resto do
dia agitados pela alegria de termos nossa máquina de volta. Nem
passou pela nossa cabeça o fato de que os alienígenas pudessem
voltar novamente para reclamar. Na noite desse mesmo dia, acordei com
os elementos estranhos a volta de nossa cama. Tentei reagir, mas
percebi que estava totalmente paralisado. Só conseguia mexer com os
olhos. A gente deitado de costas, sem poder virar a cabeça,o campo
visual fica limitado e pequeno. Parece que mexiam em minha barriga,
mas não dava para ver nada. Nada sentia também. Lembrei de Elisa e
olhei para o lado onde ela estava.Pelo ângulo estreito da visão ví
que alguém também a examinava, mas mesmo forçando a vista não
conseguia ver onde eles a tocavam. Estávamos a mercê do inimigo.
Lembrei que deixei o controle da máquina dentro da gaveta do criado mudo.Depois de uma longa sessão de exames (Supunha eu),liberaram nossos movimentos e nos puseram em pé. Eu e Eliza encostados na parede,totalmente nús. Três figuras mais parecidas com sombras que com seres vivos, estavam a nossa frente. Um se adiantou para o nosso lado, apontou o dedo em direção a minha cabeça. Veio um pensamento acompanhado de uma imagem, do controle que estava no criado mudo. Agindo como um robô e contra a minha vontade, fui devagar até o criado mudo e apanhei o controle. Um deles se aproximou e pegou de minha mão a preciosa chave que abria as portas dos mundos. Minha respiração ficou difícil mediante a situação de perda. Em seguida, viraram as costas para nós e se dirigiram para a cama em outro quarto. Um minuto depois estávamos somente eu e Eliza no cômodo, pelados, olhando um para outro. Eu, satisfeito por ainda estar vivo, com os movimentos voltando devagar. A moça também se mexia lentamente.
Lembrei que deixei o controle da máquina dentro da gaveta do criado mudo.Depois de uma longa sessão de exames (Supunha eu),liberaram nossos movimentos e nos puseram em pé. Eu e Eliza encostados na parede,totalmente nús. Três figuras mais parecidas com sombras que com seres vivos, estavam a nossa frente. Um se adiantou para o nosso lado, apontou o dedo em direção a minha cabeça. Veio um pensamento acompanhado de uma imagem, do controle que estava no criado mudo. Agindo como um robô e contra a minha vontade, fui devagar até o criado mudo e apanhei o controle. Um deles se aproximou e pegou de minha mão a preciosa chave que abria as portas dos mundos. Minha respiração ficou difícil mediante a situação de perda. Em seguida, viraram as costas para nós e se dirigiram para a cama em outro quarto. Um minuto depois estávamos somente eu e Eliza no cômodo, pelados, olhando um para outro. Eu, satisfeito por ainda estar vivo, com os movimentos voltando devagar. A moça também se mexia lentamente.
----Desta
escapamos. ----Disse eu, referindo ao perigo passado.
Ela,
muito assustada, tentava pegar suas roupas no chão.
Quando
a voz voltou, mais calma, foi se vestindo e falando:
----Como
você consegue ficar tranquilo mediante uma situação dessas?Você
deve ter um problema psíquico para agir dessa forma.Não é normal.
----Já
estou me acostumando com as agruras da vida. E na verdade, a
tranquilidade é só aparência. Estou bem nervoso também.
----É,
mas não parece nem um pouco. ----Insistiu.
----Também
fui treinado para isso. ----Falei como se fosse dono de uma
vantagem. Ela acertando os botões da blusa, fez uma expressão de
descrédito. Passada a tensão, conformados com os acontecimentos,
resolvemos de comum acordo esquecer tudo aquilo, já que a turma não
voltaria mais por ali. Pelo menos nada tinha que os interessasse.
----E
se implantaram alguma coisa em nossos corpos?Poderiam voltar para
conferir. ----Disse a moça apreensiva.
----Talvez...
Mas acho que foi somente um exame superficial. As informações que
queriam já pegaram. Viram a diferença entre um homem e uma mulher
etc.
---Não
sei como você consegue em uma situação destas, fazer
piada.---Falou irritada.
---Não
é piada, não...vi muito bem eles a examinarem e comigo foi a mesma
coisa. Somente por curiosidade é que eles não fariam isso. Parece
que em certos quesitos, são meio burros. Um ser humano, enquanto a
gente estava paralisado, reviraria todo o aposento para encontrar o
controle. Eles não...me fizeram entregar de mão beijada.
---
E diga-se de passagem que foi bem mais fácil. Não vejo nada de
burrice nessa gente. Estão muitos anos luz a nossa
frente.---Respondeu a moça, acabando com o assunto e com minhas
teorias.Discutir com mulher irritada é muito difícil.
______________
Senti
muito a falta da cama. Quando a levaram, junto foram nossos planos e
nossos sonhos. Continuamos nossa vida, vendemos o ouro e repartimos o
dinheiro. Eliza colocou a parte dela em um banco para render juros.
Eu fiz o mesmo, mas depositei o dinheiro em outro banco. A vida tinha
me ensinado que as pessoas mudam. Não havia desconfiança entre nós,
mas uma resistência de minha parte em me envolver totalmente. E no
mais, nosso compromisso era verbal. Poderia acabar de uma hora para
outra, sem maiores complicações. Eu já estava enjoado com
repartição de bens e coisas do gênero. Talvez nem tanto pelo
material mas ,mais pela angustia de se perder alguém de quem se
gostava. A proximidade da casa de Eliza com a de Joice, nos
possibilitava incrementar a liberdade de ir e vir a qualquer momento,
entrando e saindo da casa de outro, como se fosse uma extensão de
nossa própria residência. Às vezes Joice nos pegava de surpresa,
meio pelados, o que para as duas parecia perfeitamente normal e
motivo de risos. Para eu que tinha uma mente mais fechada sempre
estranhava certas coisas. Aos sábados à tarde, ficávamos os três
na loja, conversando e tentando ajudar à amiga.
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