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Daí
surgiu outro problema. O que fazer com as moças. Primeiramente seria
comprar algumas roupas normais para elas vestirem .Teria também que
tentar explicar a situação e ver o que elas queriam. Já em casa e
com todo o tempo disponível, expliquei que estávamos em lugar
seguro, e que poderia levá-las de volta, só que iriam somente as
duas. Não queria mais me arriscar com viagens perigosas. Uma muito
apreensiva, demonstrava certo nervosismo em estar ali. Com muito
custo me fiz entender que ali era minha casa, estava numa boa,mas
poderia mandá-la de volta se assim o desejasse.. Outra , a que mais
se afinava comigo e que tinha me erguido para olhar a janela e lutado
heroicamente com os lobos, parecia estar na indecisão. Percebi
devagar que ela dava pequenos indícios de querer ficar. Fiz alguns
desenhos para a comunicação ficar mais fácil em um papel. Com dois
círculos representando dois mundos, apresentei varias soluções
desenhando três bonequinhos que seriam nós todos. Marcando o
primeiro circulo como minha casa, desenhei elas junto comigo , as
duas em outro circulo representando a casa delas e uma ou outra lá
ou comigo . Disse que não teria pressa se resolvessem pensar por uns
dias. Resolveram então esperar um pouco. Quando foi outro dia à
tarde, tive que despachar a nervosinha de volta.
A lutadora se decidiu a ficar. Expliquei que se mudasse de ideia a qualquer hora, poderia mandá-la de volta também. Arranjei a outra na cama e tentei explicar que tão logo chegasse, era para descer rapidamente. Depois que ela entendeu tudo, mandei-a de volta. Para mim foi uma boa solução. Se ficasse com as duas seria uma empreitada difícil, pelo pouco que ganho e por outras coisas mais. Também já tinha percebido que seus agrados eram profissionais e seus olhos viam mais longe, para além de mim. Esperei um minuto e trouxe a cama de volta. Veio sem ninguém. A partir dali comecei a ensinar outra a se adaptar ao meu mundo. Seria um aprendizado demorado e trabalhoso, mas pela boa vontade dela fomos devagar conquistando aperfeiçoamentos. Em algumas semanas ela já falava alguma coisa do português. Começamos a nos comunicar por palavras. Ela era inteligente e aprendia rápido. Adaptava-se com as coisas, sem muitas dificuldades também.Assim continuei minha vida, agora com uma companheira que parecia mais ligada a mim que ao mundo. O único problema que agora perturbava minha mente, continuava sendo a cama. Não saia mais com medo da viagem ser somente de ida. Peguei trauma da ultima vez, e não tinha mais confiança no móvel ou nos alienígenas, que o controlavam como queriam, já que me levaram em lugares indesejáveis.Nunca mais dormi nela pelo mesmo motivo. Pensava em dar um fim no móvel, mas ainda não tinha resolvido totalmente. Um dia cheguei a casa e vi Isis, ( Esse foi o nome que adaptei para ela, que era algo próximo do original, Ixistil.)em cima do tálamo, limpando o controle encaixado na cabeceira. Fiquei frio e rapidamente a tirei dali tentando explicar o perigo de perdê-la. Mais tarde, com o controle encaixado no lugar me pus por trás da cabeceira, mantendo certa distancia, e o acionei para um futuro bem longínquo. Antes disso conversei longamente com a moça ,tentando explicar que mandando o tálamo embora a chance de ela voltar ao seu lugar ou planeta ou mundo,acabaria. Ela se mostrou resoluta e ciente da providência a ser tomada e decidiu sem muito pensar em ficar comigo mesmo. Adverti-a muito bem, que se quisesse voltar, aquela era a hora. Insisti nisso para não passar depois por mais um problema, caso ela resolvesse mudar de ideia. Já conhecia o suficiente as mulheres para saber disso. A última ,apesar de me declarar amor todos os dias, acabou me deixando por outra. Quanto a cama, os alienígenas que fossem pegar por lá, onde o móvel fosse parar. Com o dinheiro que tinha guardado, resolvi montar um pequeno negócio. Ficaria independente e com possibilidade de ganhar mais um pouco. Além disso, não teria ninguém para me dar ordens.Fiz uma pesquisa no mercado, escolhi um lugar favorável e montei uma pequena loja de calçados. Gastei parte do dinheiro em estoque e o resto ficou para garantir o aluguel do ponto. O estabelecimento ficava a um quarteirão de onde morávamos. Isis, depois de aproximadamente três meses de estar comigo, tinha se adaptado perfeitamente. Quem não a conhecia a tomava por uma moça comum, dessas que a gente vê todos os dias nas filas de ônibus, nos caixas de bancos ou atendendo nas lojas. Comecei a ensinar ela a falar e escrever como se principia com uma criança. Aprendeu rapidamente e tornou-se uma conversadeira igual a muitas de nossas mulheres. Eu gostava daquilo. Tinha um gosto incomum pela leitura de nossos livros e quando acabou de ler os que tinha em casa, eu os trazia de fora. Lia qualquer coisa indiscriminadamente desde Alexandre Dumas até livros de matemática, física e química. Até aí não sabia eu que tudo era registrado em sua memória. Dai começaram a vir às histórias de sua vida. Contavam a ela o mito de ter perdido os pais quando tinha dois anos, em um grande terremoto que assolou a região.
A lutadora se decidiu a ficar. Expliquei que se mudasse de ideia a qualquer hora, poderia mandá-la de volta também. Arranjei a outra na cama e tentei explicar que tão logo chegasse, era para descer rapidamente. Depois que ela entendeu tudo, mandei-a de volta. Para mim foi uma boa solução. Se ficasse com as duas seria uma empreitada difícil, pelo pouco que ganho e por outras coisas mais. Também já tinha percebido que seus agrados eram profissionais e seus olhos viam mais longe, para além de mim. Esperei um minuto e trouxe a cama de volta. Veio sem ninguém. A partir dali comecei a ensinar outra a se adaptar ao meu mundo. Seria um aprendizado demorado e trabalhoso, mas pela boa vontade dela fomos devagar conquistando aperfeiçoamentos. Em algumas semanas ela já falava alguma coisa do português. Começamos a nos comunicar por palavras. Ela era inteligente e aprendia rápido. Adaptava-se com as coisas, sem muitas dificuldades também.Assim continuei minha vida, agora com uma companheira que parecia mais ligada a mim que ao mundo. O único problema que agora perturbava minha mente, continuava sendo a cama. Não saia mais com medo da viagem ser somente de ida. Peguei trauma da ultima vez, e não tinha mais confiança no móvel ou nos alienígenas, que o controlavam como queriam, já que me levaram em lugares indesejáveis.Nunca mais dormi nela pelo mesmo motivo. Pensava em dar um fim no móvel, mas ainda não tinha resolvido totalmente. Um dia cheguei a casa e vi Isis, ( Esse foi o nome que adaptei para ela, que era algo próximo do original, Ixistil.)em cima do tálamo, limpando o controle encaixado na cabeceira. Fiquei frio e rapidamente a tirei dali tentando explicar o perigo de perdê-la. Mais tarde, com o controle encaixado no lugar me pus por trás da cabeceira, mantendo certa distancia, e o acionei para um futuro bem longínquo. Antes disso conversei longamente com a moça ,tentando explicar que mandando o tálamo embora a chance de ela voltar ao seu lugar ou planeta ou mundo,acabaria. Ela se mostrou resoluta e ciente da providência a ser tomada e decidiu sem muito pensar em ficar comigo mesmo. Adverti-a muito bem, que se quisesse voltar, aquela era a hora. Insisti nisso para não passar depois por mais um problema, caso ela resolvesse mudar de ideia. Já conhecia o suficiente as mulheres para saber disso. A última ,apesar de me declarar amor todos os dias, acabou me deixando por outra. Quanto a cama, os alienígenas que fossem pegar por lá, onde o móvel fosse parar. Com o dinheiro que tinha guardado, resolvi montar um pequeno negócio. Ficaria independente e com possibilidade de ganhar mais um pouco. Além disso, não teria ninguém para me dar ordens.Fiz uma pesquisa no mercado, escolhi um lugar favorável e montei uma pequena loja de calçados. Gastei parte do dinheiro em estoque e o resto ficou para garantir o aluguel do ponto. O estabelecimento ficava a um quarteirão de onde morávamos. Isis, depois de aproximadamente três meses de estar comigo, tinha se adaptado perfeitamente. Quem não a conhecia a tomava por uma moça comum, dessas que a gente vê todos os dias nas filas de ônibus, nos caixas de bancos ou atendendo nas lojas. Comecei a ensinar ela a falar e escrever como se principia com uma criança. Aprendeu rapidamente e tornou-se uma conversadeira igual a muitas de nossas mulheres. Eu gostava daquilo. Tinha um gosto incomum pela leitura de nossos livros e quando acabou de ler os que tinha em casa, eu os trazia de fora. Lia qualquer coisa indiscriminadamente desde Alexandre Dumas até livros de matemática, física e química. Até aí não sabia eu que tudo era registrado em sua memória. Dai começaram a vir às histórias de sua vida. Contavam a ela o mito de ter perdido os pais quando tinha dois anos, em um grande terremoto que assolou a região.
A organização a adotou e desde então, estava sendo preparada para
a maternidade. Eram as moças escolhidas pela beleza e sanidade, para
serem bem cuidadas e garantir a posteridade do projeto. Tinham
laboratórios avançadíssimos que manipulavam agilmente as
concepções e faziam nascerem somente meninas. Era uma sociedade de
contrastes. Enquanto por um lado faziam uso da mais avançada
tecnologia, por outro viviam rudemente em tugúrios de pedra, com
exceção do Paço, que era o edifício onde estavam concentrados a
administração, laboratórios e o harém. A organização era na
verdade o sistema de governo do lugar. Pelo que ela me contava ate
hoje tenho suspeitas que, de onde ela veio, não era o planeta
Terra. Costumes diferentes, organizações estranhas, e uma filosofia
de vida diferente da nossa. Creio que Isis não gostava muito do
sistema onde vivia por isso se adaptou bem aqui comigo. Contava ela
historias mirabolantes de naves voadoras que ocasionalmente vinham
visitar as chefes do conselho. Dizia ela que tudo que eu tinha
visto, na verdade era um campo de experiência. Existiam também
grandes cidades onde conviviam homem e mulheres como esta em que
estava agora. Depois que ela começou a se comunicar, fiquei
impressionado pela cultura que tinha. Conversar com ela era como
abrir um livro de coisas novas e espetaculares. Contou-me também que
os veículos utilizados pelas guardiãs, eram movidos a uma força
chamada magnetismo. Lembro, que mesmo preocupado com a situação ao
me pegarem, reparei que o motor tinha um ruído diferente. Era
apenas um leve zumbido ocasionado somente pelas engrenagens
acionadoras. A sociedade em que vivia era igual a das formigas.
Onde existem as castas e cada uma com suas tarefas. Notei que quando
saí com ela nos primeiros dias, a via surpreendida com certas coisas
daqui. Quando passava um avião ela o fixava com se nunca tivesse
visto, mas na verdade jamais vira uma nave parecida com os pássaros.
Outra coisa que estranhava era a bagunça organizada de nossas ruas
barulhentas e cheias de poluição. Enfim eu estava bem acompanhado e
o mais importante era a forma de pensar dela. Parece que não tinha
a chamada ganância por riqueza ou a obsessão em busca de melhores
posições. Era a mulher quase perfeita em minha vida. Tinha algumas
manias que achava engraçado e talvez fosse coisa que trouxesse da
cultura de sua gente. Era necessário a incentivar a tomar banho
todos os dias. Fi-la entender que gostava de gente higiênica, e que
aquilo, além de saudável era um hábito em nosso mundo. Depois de
um tempo ela se adaptou e daí não precisava mais me preocupar.
Estava igual a minha gente, limpa e asseada.
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