Literatura-43.O tálamo...

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--Antes de qualquer coisa, quero algumas confirmações de você PG. Primeiro, se posso ficar com você. E segundo, se você quer que eu fique realmente. ----Antes que abrisse a boca para falar, Valdívia adiantou e respondeu por mim.--É claro que pode. E para a segunda questão, digo que ele estava ficando louco pela sua ausência.--É mesmo PG?----Disse ela com os olhos brilhando de alegria.--Certamente. ----Respondi. E ela imediatamente pulou em meu colo me cobrindo de beijos,como uma filha carinhosa---E ela? Em que situação fica?----Disse olhando para Valdívia.--Ela é minha melhor amiga e também minha funcionária.--Também se fosse outra coisa, não teria importância. ----Disse sorrindo. Com essa frase provocou riso geral--- A marca na revista foi você quem fez?----Indaguei.--Você a achou? Que bom... Foi o único meio que encontrei rapidamente antes que eles me levassem.--E eu, porque não acordei---Eles são poderosos. Conseguem fazer pessoas ficarem paralisadas, dormindo ou acordadas.--Lembra-se daquele ponto em minhas costas que você se implicava ?--Claro. Uma espécie de chapinha entre - pele na coluna, em um ponto inacessível para você tocar com as mãos. ----Disse eu.--Então...nessa chapinha existem três pequenos pontos. Quero que você localize os três pontos e os aperte por dez segundos todos de uma só vez. Isso vai me desligar. Depois de cinco minutos você volta a apertar o do meio por mais dez segundos. É o meu controle. ---Disse olhando rindo, para Valdívia. Esta por sua vez estava espantada com as coisas acontecendo rapidamente, não dando tempo de se acostumar com a situação.--O que isso faria e porque a pressa?--Perguntei curioso.--Isso desliga o meu contato com eles. A pressa é que podem vir a qualquer momento atrás de mim e me levarem para sempre. Medidas drásticas serão adotadas para que eu não volte.--Se é assim, vamos lá então. 
--Disse eu já com a mão percorrendo sua costa macia. Imediatamente lembrei-me dos tempos de glória com ela ao meu lado. Localizei os três pontos e apertei-os firmemente, usando as duas mãos. Pelo relógio contei em voz alta os segundos, até dez. A moça teve uma leve estremecida e em seguida ficou parada como uma estátua. Até a respiração parou, tornando-a mais branca ainda. Senti um calafrio em ver a situação, como se equilibrasse em uma corda nas alturas, sobre um precipício. Parecia que o destino estava na ponta de meus dedos.Valdívia assistia a tudo com cara de espanto. Marcando cinco minutos, apertei o do meio conforme as instruções. Um mínimo zumbido começou em seus pés e veio subindo. Logo ela estava normal novamente e sorrindo para dois boquiabertos.--Tem mais uma coisa a ser feita e essa e a mais difícil. Temos que mudar daqui, de preferência para outra cidade. Eles têm outro ponto de referência em você. --Disse, apontando para a vista de minha calça. Protestei imediatamente contando que tinha sido retirado.--Ótimo. ----disse ela----Mas ainda eles têm as coordenadas de sua casa. --Com essa resposta acabaram-se meus argumentos. Teríamos que fazer uma mudança radical. Odiava tomar decisões rápidas, mas não queria perde-la novamente. Nessas alturas, Valdívia se sentido fora dos planos, disse:--E comigo? O que vai acontecer?--Nada de mais. Você está com medo de assalto mesmo, poderá ir com a gente para onde formos. O que acha de mudar de ares?--Mas eu tenho minha mãe que está idosa. Não posso deixá-la.--Você a leva também. ----Respondi como se tudo se resolvesse como em um passe de mágica,tamanha era a minha alegria de ter Isis novamente. Estava meio aéreo.--Agora.--É claro que se desejas continuar com sua vidinha por aqui mesmo, nada posso fazer a não ser pagar todos os seus direitos trabalhistas e dizer adeus.--Não... Não quero mudar de trabalho. ----Disse ela com tristeza. Estou acostumada a trabalhar para você.--Então vai com a gente.--Temos dois dias pra resolver tudo. ----Completou Isis. Enquanto isso precisamos ir dormir em um hotel. Não é aconselhável ficarmos aqui à noite. É a hora que eles agem, quando todo mundo dorme.


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