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Já
passava um bom tempo, desde o dia do assalto. Meus ferimentos
sararam. Somente sentia alguma dor no local da barriga quando me
mexia e no da perna quando andava. Ainda tomava analgésicos para
amenizar. A gente ficava alguns dias em um hotel , depois mudava para
outro para despistar possíveis ataques. Nosso dinheiro estava
acabando, nossa loja continuava fechada. Foi nessas alturas que decidimos
partir para o ataque. Resolvemos juntar o estoque da loja, por em um
caminhão e nos mudar para outra cidade. Tudo feito a noite e com
Ísis de guarda no lado de fora, para qualquer eventualidade. Todo cuidado era pouco.Valdívia me ajudava com os sapatos. Eu já bem recuperado,
ocasionalmente dava uma apalpada no traseiro bonito. Ela sorria como
se dissesse: Sou toda sua. O prédio, como fosse alugado, entregamos
para a imobiliária e ainda pagamos uma multa por rescindir o
contrato antes da hora. Estávamos livres para ir para qualquer
lugar. Brinquei com Ísis: ----Dá pra gente ir até o seu mundo
agora.--Vocês
não se acostumariam lá. O sistema é bem diferente. Talvez nem eu
me acostume mais.----
Disse ela.Mudamos para outra cidade um pouco menor, distante da anterior sessenta quilômetros. Alugamos para começar uma casa simples, próxima ao centro. Ali seria o nosso quartel general. Antes de montar outra loja ou definir o que iríamos fazer, tínhamos que tomar certas providências. Se possível reaver nosso dinheiro. Tinha uma grande fé em minha mulher, para resolver essa parada. Em uma noite de lua nova,lá fomos nós de volta para tomar as providências. Valdívia ficou em casa , esperta para atender o telefone, caso a gente precisasse de algo. Ísis tomou a cautela de alterar o número da placa de nosso carro , caso alguém anotasse. Colocou a peruca loira, uma camiseta preta e uma saia com um palmo acima dos joelhos. Ficou um pouco mais alta com um sapato de salto. Nem eu a reconheceria se a encontrasse vestida daquele jeito, meio de repente. O plano era, eu ficar estacionado nas proximidades da boate , enquanto ela entrava para resolver a situação. Estávamos com duas armas. Uma ficou comigo e outra tirada do bandido morto estava com ela,mesmo sem necessidade de usá-la.
Disse ela.Mudamos para outra cidade um pouco menor, distante da anterior sessenta quilômetros. Alugamos para começar uma casa simples, próxima ao centro. Ali seria o nosso quartel general. Antes de montar outra loja ou definir o que iríamos fazer, tínhamos que tomar certas providências. Se possível reaver nosso dinheiro. Tinha uma grande fé em minha mulher, para resolver essa parada. Em uma noite de lua nova,lá fomos nós de volta para tomar as providências. Valdívia ficou em casa , esperta para atender o telefone, caso a gente precisasse de algo. Ísis tomou a cautela de alterar o número da placa de nosso carro , caso alguém anotasse. Colocou a peruca loira, uma camiseta preta e uma saia com um palmo acima dos joelhos. Ficou um pouco mais alta com um sapato de salto. Nem eu a reconheceria se a encontrasse vestida daquele jeito, meio de repente. O plano era, eu ficar estacionado nas proximidades da boate , enquanto ela entrava para resolver a situação. Estávamos com duas armas. Uma ficou comigo e outra tirada do bandido morto estava com ela,mesmo sem necessidade de usá-la.
No céu somente algumas
estrelas conseguiam furar o véu de nuvens escuras e passageiras. Uma
brisa agitava levemente os ramos ponteiros da árvore onde o carro
estava em baixo. Já tinha passado meia hora, que Ísis tinha entrado
na toca do urso. A luz do luminoso no alto da marquise, mudava as
cores da rua em frente, conforme ia trocando de matiz. Era o formato
de uma moça riscado em tubinhos de neon, em pose sensual, com um
cigarro entre os dedos. Outra mão estava na nuca, bor baixo dos
cabelos. Algumas pessoas estavam em frente. Conversavam entre si,
enquanto outras ficavam isoladas. Essas deveriam ser seguranças do
lado de fora, para avisar quando a polícia estava vindo. Ali ,
sentado na penumbra, comecei a divagar a respeito de minha vida. A
cada minuto olhava no relógio para ver o tempo em que a moça
permanecia dentro da toca da onça. Um outro dia de um outro ano já
passado, eu estaria deitado, descasando para o próximo dia de
trabalho. Agora,estava aqui, esperando minha robô resolver um
problema dentro de uma boate. Nunca sequer tinha sonhado com esta
situação. Escutei um tiro, dois, três, vindo do interior da boate.
As pessoas correram. Algumas para seus carros e outras para dentro do
prédio. Me preparei e liguei o motor do carro. A cena agora mudava
do tudo calmo e parado para o agitado e repentino. A moça saiu
calmamente com uma maleta na mão, como se não tivesse nada com o
tumulto lá dentro. Deduzi que ela fizera um limpa no pessoal para
sair daquele jeito. Entrou sossegada no carro ao meu lado e disse:
----Vamos embora PG. Aqui já está resolvido.----Saí sem alarde,
para não chamar atenção. Ligamos para Valdívia, avisando que já
estávamos indo. Depois de uma hora de estrada, chegamos em casa.Ísis
colocou a maleta sobre a mesa e mediante o olhar de todos nós a
abriu com cuidado , sem antes observar bem. Segundo o que ela
aprendeu nos filmes, que maletas as vezes podem explodir ao abri-las.
Apareceu diante de nossos olhos incrédulos três fileiras de notas
verdes de cem dólares, em pacotes de doze centímetros de altura.
Automaticamente, falei:----Mas esse não é nosso dinheiro. Aí deve
ter o triplo.----Ali parecia ter a solução para a maioria dos
problemas do ser humano. Na cabeça da gente, passa mil coisas quando
se tem uma visão dessas. Quando podemos pensar que, se está em
nossas mãos, é nosso.. Temos também uma sensação de poder e bem
estar. Percebemos que ali está a realização de nossos desejos :
De possuir,de consumo , de poder .--Que
bom PG.. vamos considerar então que são os juros do
empréstimo.----Disse Ísis com cara de marota.----Ou você quer que
eu volte lá para destrocar as maletas, ou voltar o troco?
----Respondi, com um sorriso sem graça. Afinal estamos na vantagem ,
o que iria reclamar. Depois , roubar de ladrão, tem cem anos de
perdão. Valdívia observava tudo calada. Serviu-nos um café da hora
que tinha preparado quando chegamos. Gostava dela, porque sabia
quando era hora de falar e calar.--Bom...já
que você está bem calminha, nos conte agora como foi sua entrada
no local.----Disse eu fazendo um gracejo e agitando as mãos.--Ok...para
entrar foi fácil porque pensaram que eu trabalhava na casa. Cheguei
até o bar e simulei um teatro.
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