Perturbando o próximo

Antigamente a igrejinha ja estava lá. Dá para se ver a entrada com as muretas e grades. Foto: Jacutinga Notícias.
Perturbação



Nunca o ser humano foi perturbado tanto com o barulho como nêstes últimos trinta anos.O progresso trouxe conforto no transporte,para as cidades e em nossas casas.
Em dia de eleições. Foto: Jacutinga Notícias

Junto com ele veio o barulho.As leis como sempre no Brasil, são fracas e nem sempre regulamentam a maioria das contravenções.O povo nos últimos cinquenta anos tornou-se ignorante,  com a educação oficial perdendo a qualidade gradativamente.

Hoje, uma pessoa que se formou no colegial, não sabe fazer uma equação de segundo grau.O desconhecimento do povo é taõ abrangente que a maioria não conhece as leis básicas  das contravenções penais.
O  pequeno templo, como está hoje

As leis de transito são negligenciadas a cada segundo.As que regulamentam o silêncio, também .Vamos falar então disso que tem algo de  mais perturbador.O barulho de cada dia.

Um amigo meu, disse que não consegue dormir na madrugada, porque os caminhoneiros do bairro buzinam nessas horas.As autoridades como sempre , nada fazem, a não ser quando   a coisa fica completamente fora do controle, e as pessoas prejudicadas começam a tomar providências por conta.

Nada tenho contra os caminhoneiros, mas ter um como vizinho é um problema bem sério.Muitas vezes deixam o caminhão estacionado em frente a sua garagem.

Em Tatuí existe uma lei municipal que proibe caminhões estacionados a noite ,nas ruas.Mas lei sem fiscalização torna-se inócua.Eu tinha um vizinho que deixava seu caminhão estacionado a noite em frente sua casa.

O caminhão era para transporte de animais.A rua toda ficava com cheiro de estrume de vaca, misturado a urina.

Mais acima, onde temos o campo do extinto São Martinho,tempos atrás tinha um bar que promovia shows e o som sempre era nas alturas.As autoridades nada faziam.A vizinhança cada vez mais irritada, fez baixo-assinado e muitas providencias judiciais foram tomadas.

Para proibirem o tal bar de fazer barulho levou quase três anos.Muitos  e em muitos lugares são os que reclamam das barulhentas igrejas pentecostais que extrapolam tanto no alarido como nos horários.

No Rio, um vizinho perturbado, certa vez chegou a dar tiros no telhado de uma.Mas dentre todos esses casos, tem um inusitado.Uma pequena e tradicional igreja presbiteriana, sofre com seus vizinhos grosseiros.

Ela fica na pequena cidade de Guareí.Todos sabemos que igrejas presbiterianas fazem cultos dentro de horários e nunca são barulhentas.Eles seguem os conselhos bíblicos do apóstolo Paulo:"Faça-se tudo com ordem e decência".

Essa pequena igreja embutida entre bares e lanchonetes não consegue levar o trabalho evangélico a contento, mediante a turbulência reinante no local.E veja que ela está lá a mais de setenta anos.

Houve épocas que não tinha barulho, mas com o aparecimento dos carros sonoros e aparelhos de som superpotentes é o mesmo que falar do evangelho dentro do inferno.O pequeno templo tornou-se uma ilha de Deus dentro de um mar mundano.Bem difícil, não é?

Quando eu era criança havia um socêgo só.O bar Grande era de uma quietude pacífica.Acima,a loja do Silvio Andrade.Do outro lado a casa do Luizinho sapateiro.Abaixo, o armazem do Luiz do Gusto.

 Tudo calmo e tranquilo.O cântico dos crentes ecoava pela área, ouvindo-se até no empório do Pedro Machado.Naquela época quem fazia mais barulho era a igreja.Mas um barulho agradável, parecendo um coral de anjos dando glória a Deus.

 No Bar Grande tinha um serviço de alto-falante, mas nunca chegou a perturbar.Agora nos tempos modernos surge esse problema, de difícil solução por parte das autoridades.

O melhor seria se a igreja mudasse para um outro lugar.Coisa tão fácil para uma entidade poderosa como a IPB. Dizem que ja tem até projeto pronto. O que falta então? Boa vontade?

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