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ASSALTANTES FAZEM ARRASTÕES EM PRÉDIO E
CONDOMÍNIO DE LUXO EM SÃO PAULO.


Foram levados carros, jóias e dinheiro nas zonas oeste e norte; polícia
não descarta vínculo entre as quadrilhas.
Em menos de cinco horas, quadrilhas de assaltantes fizeram dois
arrastões em condomínios de luxo de São Paulo localizados nas zonas
oeste e norte. Nos dois casos, ocorridos entre a noite de sábado e a
madrugada de ontem, grupos armados com metralhadoras e fuzis
renderam porteiros, vigilantes e moradores.

Sem ferir ninguém, os ladrões levaram carros, jóias, dinheiros,
computadores e armas. Ninguém havia sido preso até o início da noite
de ontem. A polícia estima que 40 pessoas tenham participado
diretamente das duas ações criminosas.

A distância de 25 quilômetros entre os dois roubos não afasta a
possibilidade de ligação entre as quadrilhas, segundo informou a
Assessoria de Imprensa da Polícia Civil. No primeiro arrastão, por
volta das 22h40, nos Jardins, os assaltantes levaram um Astra preto.
O modelo é idêntico a um dos dez carros usados, segundo testemunhas,
no arrastão que aconteceu cinco horas depois, às 2h30, em um
condomínio no bairro Pedra Branca, na região próxima ao Horto
Florestal, na zona norte de São Paulo.

No arrastão nos Jardins, no Edifício Tulipa, na Alameda Lorena, o alarme
chegou a ser acionado duas vezes, mas o segurança achou que o aparelho
havia disparado por engano. A empresa NP Monitoramento foi acionada,
mas o segurança informou que estava tudo bem e o sistema de alarme
foi remontado.

Porém, cinco minutos depois, o alarme tocou novamente. Informado de
que o problema estava na cerca localizada nos fundos do condomínio, o

funcionário deu a volta no prédio para se certificar de que não havia
invasores. Quando retornou à guarita, foi rendido por dois assaltantes.
De acordo com a polícia, o porteiro foi ameaçado de morte. Os dois
ladrões facilitaram a entrada dos outros oito parceiros, sendo seis pela
entrada principal e dois pela de serviço.

Os assaltantes permaneceram na entrada do edifício e renderam
moradores que entravam ou saíam do prédio. As vítimas foram
obrigadas a abrir os imóveis. Depois, foram levadas ao apartamento
202, onde ficaram sob a vigilância de um dos criminosos. Ele usava um
aparelho de rádio e um celular para se comunicar com os outros
assaltantes. Dois dos bandidos destruíram o sistema de monitoramento
por câmeras e não há registros de imagens da invasão.

DEPOIMENTOS
Até as 20 horas, cinco moradores e o porteiro tinham comparecido ao
78º Distrito Policial. Um aposentado de 73 anos disse que teve roubados
diversos colares de pérolas, brincos, pulseiras, caneta Mont Blanc,
perfumes, telefone celular, US$ 2 mil e R$ 300. De uma empresária de
51 anos os ladrões roubaram bolsas, bebidas importadas, quatro
passaportes, máquina fotográfica digital, 12 anéis, 12 brincos, 10
correntes de ouro, pulseiras, braceletes, perfumes, celular, R$ 1 mil,
US$ 3 mil, 2 mil e relógio.

Um advogado de 28 anos entregou o telefone celular e um Astra preto.
Um médico de 56 anos também teve o celular roubado. De uma
administradora de 32 anos levaram malas, correntes, celular, e R$ 300.
Os dez assaltantes fugiram em um Palio Weekend de cor escura e um
Astra preto, roubado de um morador. Segundo o investigador Carlos
Eduardo, do 78º DP, a quantidade de objetos roubados pode ser ainda
maior.

Ele explica também que arrastões são planejados nos fins de semana
na região. "Durante a semana o movimento nas ruas é intenso, é mais
difícil invadir um condomínio." Na delegacia, foram registrados no ano
passado dois casos de arrastões em edifícios de luxo da região.
A polícia aguarda o depoimento de três famílias que ligaram para a
delegacia e disseram que vão fazer hoje o boletim de ocorrência.
Seguranças e porteiros do prédio e funcionários da NP Monitoramento
também serão ouvidos.

Os funcionários de uma sorveteria que fica ao lado do prédio e estava
aberta também devem ser chamados para prestarem depoimentos.

ZONA NORTE

Menos de meia hora após o final do assalto nos Jardins teve início a
outra ação criminosa na zona norte, no condomínio Itatinga 1. Dessa
vez, cerca de 30 homens armados com fuzis e metralhadoras chegaram
em dez veículos, entre eles um Astra preto, mesmo modelo roubado
no assalto dos Jardins. O arrastão contabilizou o roubo de dois carros
(um Fiat Palio e um Honda Fit), R$ 18 mil em joias, três computadores,
máquinas digitais de fotografia e outros aparelhos eletrônicos.

Segundo testemunhas, uma casa de cinco andares, de fachada amarela,
que tinha um cofre de metal com jóias e dinheiro, era o principal alvo
dos bandidos. Além dessa casa, o grupo teria invadido outras residências
e roubado pessoas que participavam de uma festa de casamento no
condomínio.

De acordo com a versão de um morador e de um porteiro, a ação teria
começado bem antes do horário informado pela polícia sobre o roubo.
Moradores disseram que por volta das 19h30 criminosos fizeram um
morador refém e entraram de carro no condomínio. Às 23h30, outros
integrantes da quadrilha teriam invadido o local e rendido os seis
seguranças que estavam de plantão.

Durante a noite, os seguranças do condomínio, que tem cerca de 100
casas de alto padrão, fazem rondas de carro e de moto. Apesar de
andarem armados, eles foram rendidos por integrantes da quadrilha.
Dois revólveres calibre 38 foram levados dos seguranças.
Oficialmente, a Secretaria de Estado da Segurança Pública informou
que o assalto teve início às 2h30, horário que consta no boletim de
ocorrência. A ação na zona norte foi o primeiro arrastão em condomínios
de alto padrão localizados próximos da Serra da Cantareira.

ARRASTÕES

A região dos Jardins é o alvo preferido das quadrilhas que promovem
uma onda de assaltos a condomínios de luxos em São Paulo desde 2005.
Entre 2006 e 2007, o aumento dos casos chegou 200%. Na ação mais
recente antes dos dois roubos registrados entre sábado e ontem, em
outubro do ano passado uma quadrilha levou R$ 1 milhão em joias e
computadores de moradores de um prédio da Alameda Campinas. No
caso, um jovem se passou por estagiário para enganar o porteiro.

Estadão
Josmar Jozino,Lais Cattassini,Fabrício de Castro e Diego Zanchetta

Agora vamos esperar as providências do governo.Enquanto estavam
assaltando
pobres, estava tudo bem, tudo normal. Agora que começaram
a mexer com os ricos, a pressão em cima do governo vai ser outra.

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