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10/07/2011 - 06h49
PM separa 70 brigas de trânsito por dia; veja relato de motorista 'brigão'

Folha.com
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

O corretor de seguros Gilberto, 45, deu uma bronca em um motorista de táxi que lhe cortou a frente. Ao ouvir um atravessado "não reclama porque você ainda está vivo", não pensou duas vezes. Partiu para a briga.
"Quase matei o cara. Sabe aquele desenho do Walt Disney da década de 50? O Pateta motorista que se transforma dentro do carro? Aquele sou eu. Eu viro um monstro. Entro no carro, respiro fundo e digo: 'Hoje nada vai me afetar'. Eu viro a esquina e já estou xingando alguém'."

O problema de Gilberto, que buscou tratamento após perder a conta do número de brigas que se envolveu no trânsito, está cada vez mais comum nas ruas da capital. E quem diz isso não são os médicos, mas a polícia.

Todos os dias, segundo a Polícia Militar, entre os 35 mil chamados há, em média, 70 para atendimentos de brigas de trânsito na capital. Uma média de um chamado a cada 20 minutos.

Parte dos desentendimentos e das agressões ocorre após pequenos acidentes, sem vítimas. Outra parte, porém, segundo a PM, é fruto da disputa entre motoristas por espaços das ruas e avenidas da capital, cada vez mais entupidas de veículos.

"Uma buzinada no semáforo. Um carro quer passar e o outro não deixa. Tudo isso pode ser motivo para um xingamento, um gesto obsceno, e dar início a uma briga", diz o porta-voz do comando da PM na capital, capitão Cleodato Moisés do Nascimento.

Para a psicóloga Liliana Seger, parte dos motoristas não tolera ter sua frente "roubada" numa fila e vê essa ação até como um deboche. "Ele entende: 'eu sou esperto e você é bobão'."

Para o gerente de produto Breno Lopes, 31, foi um sentimento assim que o fez instalar uma buzina náutica no veículo e a andar com uma lanterna comprida, que também servia de cassetete, no banco de trás por um tempo.

"Eu não gosto de gente espertona, de Gersons", disse ele que não chegou a brigar fisicamente, mas já foi ameaçado por motorista armado.
Dos desentendimentos, explica o capitão, mais de 50% envolve motociclistas.

O motorista Josias de Oliveira, 39, está nessa lista. No início do ano, conta, estava em um semáforo quando, de repente, um motoqueiro chutou a porta do seu carro.

"Eu abaixei o vidro e perguntei se ele estava maluco. Ele disse: 'É isso mesmo, João'. Eu parti para cima dele. Quando vi, tinha uns 15 motoboys e umas 50 pessoas me olhando", diz Josias, que se desvencilhou da situação com a ajuda de um motoboy.

Estamos vivendo em uma era de ódio, stress e violência. O amor ao próximo foi para as cucuias, mesmo para muitas pessoas que se dizem cristãos.


O individuo quando tem um volante a sua frente se transforma em super-homem.

Daí comete falhas e não admite a dos outros. A paciência e a tolerância ja não existem mais. Agora é o antigo dente por dente e olho por olho.


Os carros tornaram-se em armas e as ruas em arenas.Muitos morrem nessa guerra sem ideais.

A situação a cada dia se torna mais crítica com o aumento dos veículos, com os congestionamentos e tudo que envolve o mundo do carro.


Nos tempos da ditadura militar, grandes empresas automobilísticas estrangeiras, incentivaram o governo a investir nas estradas.

Os militares , incompetentes em administração fizeram isso, em detrimento das linhas férreas e da navegação fluvial.E hoje está aí o resultado.Tudo congestionado, como uma bomba com o rastilho aceso.


 Os trens estão sucateados.Enquanto formos governados por gente sem capacidade, isso continuará a acontecer.




http://www.youtube.com/watch?v=YoKn4zDJg8Y&feature=related


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