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Sentei-me
em uma cadeira com os cotovelos nos joelhos e as mãos no rosto.
Tentava encontrar uma resposta para tudo aquilo que estava
acontecendo. A funcionária da loja se achegou com um copo na mão e
me ofereceu:-Tome
um pouco de água seu PG. O Senhor está branco como cêra. Aconteceu
alguma coisa? O Senhor está passando bem?--Rapidamente tive que
inventar uma resposta pela insistência da moça.Eu
estou bem. Tive uma espécie de pesadelo e estou com cuidado de
Isis, que saiu antes de eu acordar e não sei para onde
foi.--Certamente foi ao supermercado comprar alguma coisa. Já deve
voltar. ----Tentava a moça me acalmar. Nunca tinha prestado muita
atenção a minha funcionária. Tinha-a contratado por intermédio de
uma agência e vinha com todos os requisitos aceitáveis. Agora ali
comecei a olhar por outros ângulos , a quem me prestava serviço.
Era uma morena pouco mais baixa que eu e vi que tinha uma beleza
escondida por traz da cortina obscura do relacionamento profissional
que tem um patrão com empregado. Vivia alheio aos negócios e quase
não tratava de questões fora disso, com ela. Tomei um pouco da água
e senti que dependia também dela, para as coisas andarem
normalmente. Na verdade ela não era apenas uma vendedora, mas
administradora de meus negócios. Não sabia e não entendia como
as coisas chegaram a tal ponto e o quanto grande fora minha
negligência, em deixar nas mãos das duas o comércio. Francamente,
eu não era um bom comerciante.
E agora, onde está a outra?Fiz
algumas perguntas sobre pagamentos e notas e ela prontamente me
apresentou, todos os dados no computador. Estavam ali, compras,
pagamentos, vendas e informações gerais do estabelecimento. Senti
firmeza e percebi que se houvesse uma combinação não era entre as
duas. Eu tinha o péssimo hábito até aqueles dias de sempre
desconfiar das pessoas. Depois de confirmar com ela se ficaria bem,
sozinha na loja,voltei para casa recomendando para me ligar caso
ocorresse algo. Deitei-me um pouco no sofá da sala para fazer um
resumo do que teria ocorrido.Ísis,
chip, planeta, alienígenas, formação das estrelas, tudo passava
pela minha cabeça tentando unir uma coisa a outra e obter uma
resposta clara. De um salto corri até o quarto e abri o guarda roupa
para conferir. As roupas da moça estavam todas lá. No caso era
improvável que tivesse me abandonado. Tentei forçar a memória para
lembrar os pesadelos. Pouca coisa vinha à tona, vultos, alguém
gritando. Daí, consegui construir pela experiência anterior o que
provavelmente tinha acontecido. Na realidade eu não estava tendo
pesadelos. Estava paralisado como de outra vez que eles vieram. Os
gritos seriam de Ísis, que se opunha a voltar com eles. Nada havia
que tirasse essa ideia da minha cabeça. Uma hora antes de ser
fechado o comercio, voltei à loja. Queria conversar um pouco mais
com a funcionária. Ela apreensiva, me perguntou se tinha novidades.
Chamei-a frente a frente e comecei dizendo:-Tenho
algo pra contar e espero que não me tome por louco. ---- Ela ficou
com cara de assustada, mas logo a acalmei dizendo que nada era de
grave. Contei toda a historia de forma resumida do que aconteceu na
noite passada. Ela não acreditando perguntou se eu estava bem.-Estou
ótimo----Respondi. ---Sabia que você não ia acreditar, mas eu não
minto nem tenho razão para tal. E se mesmo assim você decidir, pode
ir a policia que daí quem vai ser passada por louca será você.
Isis não tinha documento algum. Portanto, oficialmente ela não
existe. ----A moça me olhava com uma mistura de medo e curiosidade.-O
senhor acha que ela então foi sequestrada? E por que não tinha
documentos?-Sim...
Quanto aos documentos é uma longa historia que vou contar a você
aos poucos.
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