VENENO QUE MEXE COM A CABEÇA.
Taxas de suicídios aumenta entre agricultores de fumo, usuários
de agrotóxicos . 16/10/2002
Após mais de um mês do primeiro contato com a reportagem de
Galileu, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não
tomou nenhuma medida com relação às elevadas taxas de suicídios
entre agricultores de fumo usuários de agrotóxicos no Rio Grande
do Sul.
A agência, que em julho havia sido informada também sobre
suicídios de plantadores de morango e batata no Sul de Minas, não
tomou providências nem mesmo após a publicação da edição de
agosto da revista.A Anvisa declarou que só poderá tomar alguma
medida, como tirar produtos de circulação, a partir da iniciativa
de órgãos de pesquisa.
'A Anvisa não faz o inquérito. Quem faz são as instituições de
pesquisa', afirmou o gerente geral de Toxicologia da agência,
Luiz Claudio Meirelles.No entanto, o órgão tem competência
para 'propor, acompanhar e executar as políticas, as diretrizes
e as ações de vigilância sanitária', segundo o seu próprio
regulamento, definido por decreto presidencial.
A agência é vinculada ao Ministério da Saúde.'Se uma instituição
quiser fazer um desenho epidemiológico que mostre que existe
um produto causando esse dano crônico, maravilha! A gente vai
apoiar para que se banque um projeto dessa natureza', declarou
Meirelles, mantendo sua interpretação de que não compete à
agência nenhuma outra medida.A edição de agosto de Galileu
mostrou que o índice de suicídios em cidades agrícolas do Rio
Grande do Sul e do sul de Minas Gerais é muito maior que a taxa
média brasileira.
Em Santa Cruz do Sul (RS), considerada a capital
nacional do fumo, houve no ano passado 21 suicídios por 100 mil
habitantes, a maioria de agricultores, contra a média nacional de
4 por 100 mil.O problema teve destaque em 1996, quando a cidade
vizinha Venâncio Aires registrou a taxa de 37,22 por 100 mil.
O Ministério da Saúde chegou a encomendar um inquérito
epidemiológico, mas ele não foi adiante.Agora que o assunto voltou
à tona, nem a Anvisa e nem a Andef (Associação Nacional de Defesa
Vegetal), que representa as indústrias dos agrotóxicos, se
mobilizaram. A associação nem sequer emitiu opiniões a respeito
e afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda está
avaliando o caso.
A reportagem de Galileu motivou outros pesquisadores a entrarem
em contato com a revista para mostrar que o problema dos
agrotóxicos atinge outras cidades brasileiras.
Veja a reportagem completa em:
http://www.herbario.com.br/atual/020930_02.htm
Aí vocês veem a maravilha de país em que vivemos.Quem deveria
tomar providências tira o corpo , como é o caso dessa ANVISA.
Garanto que aquilo lá não passa de um grande cabidão de empregos.
Na hora de serem tomadas medidas urgentes, surge um monte de
desculpas e a burocracia trava tudo.
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