BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO: POR QUE O BRASIL NÃO BANE?
por Marcos Guterman
Bomba de fragmentação: civis como alvo.
O governo Lula se absteve de votar a favor do banimento das bombas
de fragmentação – aquelas que, quando explodem, espalham a morte e
a mutilação por uma área maior do que as bombas comuns, atingindo civis.
O Brasil é produtor e exportador dessas bombas, o que explica o veto,
mas não o justifica. Em nome de bons contratos, ou seja lá do que for,
perdemos a chance de nos juntar à grande maioria do mundo que condena
esse tipo de armamento.O Brasil, assim, alinhou-se a EUA, Israel, China e
Rússia na recusa em banir uma munição que, no dizer de Janio de Freitas,
na Folha de ontem, “teria feito gozo dos exércitos nazistas”.
Para o colunista, a posição brasileira foi produto do “Brasil escondido, que
alimenta a barbárie e serve à morte”. Difícil não concordar.
O chanceler Celso Amorim justificou a posição brasileira com uma chicana
diplomática: afirmou que o tratado não foi formalizado no âmbito da ONU.
Se no futuro houver uma iniciativa nas Nações Unidas que dê tempo para
que os países produtores se adaptem, disse Amorim, o Brasil poderá
repensar sua posição.
COMENTÁRIOS DOS LEITORES
Prezado Guterman. Mais um tema doloroso e sensível que você nos
apresenta. É uma vergonha que um país que se diz democrático e governado
por um governo de centro - esquerda permite uma barbaridade dessas!
Ao lado das minas terrestres, estas armas são das mais covardes que
existem porque atingem preferencialmente a população civil.
Originariamente projetadas para ataques contra tropas de infantaria, o seu
uso foi banalizado e passou a ser usado contra alvos militarmente não
definidos como“terroristas” e “guerrilheiros”.
As “cluster bombs” lançam no ar, numa extensa superfície, pequenas bombas
que explodem ao tocar no inimigo. Acontece que muitas delas não explodem
e começam a vitimar a população civil, quando as hostilidades cessam,
principalmente crianças, quando as manuseiam. O governo Bush vetou a
proibição deste armamento, como o fez a China e a Rússia e a agora esta afável
potência emergente, um BRIC, chamado Brasil.
Tudo isso é vexaminoso e, se o Celso Amorim se amparou numa desculpa
esfarrapada dessas, a de que a ONU não referendou a proibição, está sendo
pior do que os americanos porque estes assumem sua ideologia de extrema
direita ao passo que nós, os do “lulinha paz e amor”, estamos tendo um discurso
que não se coaduna com ações como estas, a de patrocinar a indústria da morte.
Precisamos nos organizar! Fazer abaixo assinados e petições para que o
Brasil não faça parte deste maldito clube, que respeitemos os valores da
vida e da humanidade como deveríamos sempre fazer.
Comentário de: Carlos Alvino
PELO IMEDIATO BANIMENTO DESSAS ARMAS.
Convido a todos que concordam com o banimento dessas armas, a
assinarem aqui, de público, se o Sr. Guterman assim o permitir.
Abraço Forte!
Comentário de: Carlos Massaranduba (Direto do Eden) [Visitante]
08.12.08 @ 02:17 Guterman, Isso não pode ser verdade! O Lula?
Meu Deus! Estes que no passado foram torturados pelos criminosos agora
matam despedaçando criancinhas? Eu nao acredito! Voce deve estar enganado.
Comentário de: Carlos Massaranduba (Direto do Eden) [Visitante]
08.12.08 @ 02:22 Guterman, Isso e' horrível! Monstros ,assassinos
de criancinhas. Impeach Lula! O governo Brasileiro e' um governo terrorista!
Seria isso possível?
Comentário de: Insólito [Visitante]
08.12.08 @ 07:40 O governo e as suas medidas provisórias.
Essa notícia realmente impressiona pelo fato de sermos um país tão pacífico
e termos em nosso meio uma indústria que fabrica esse tipo de artefato.
Certamente com a proteção do governo. Este quer imitar de forma grotesca
os norte americanos que tem tecnologia e séculos na prática do imperialismo.
Coisas desse tipo , somente denigre ainda mais este governo que ja está
comprometido seriamente com a corrupção clara e deslavada que vemos
no dia a dia.
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