Nossa homenagem
MAESTRO : LAELSON
CARDOSO DO AMARAL
Governador Adhemar de Barros em Guareí.
Laelson é o da direita, primeiro plano.
É interessante como as pessoas são esquecidas nesta vida.
Mesmo os mártires ficam nas datas que os lembram mais
como um feriado que pelas realizações pessoais.Isso parece
que faz parte da formação da memória humana, pois se assim
não fosse, certamente viveríamos somente do passado ,
esquecendo de viver o presente.
Mas existem casos recentes , principalmente de pessoas
valorosas que colaboraram com a comunidade e são relegadas
ao esquecimento. Isso ocorre mesmo nas pequenas cidades.
Conheci o Laelson do Amaral desde criança.Sempre foi
uma pessoa simpática, de boa prosa e deixava transparecer
uma inteligência fora do comum.
Começou a vida como barbeiro, trabalhando com seu irmão
Áureo. Sua barbearia era a mais movimentada da cidade.
Era também um excelente fotógrafo e deve ter deixado uma
documentação fotográfica da cidade, importantíssima. Foi
ele que registrou uma chuva de granizo em um dos anos da
década de cinqüenta ,que deixou a rua São Paulo com quinze
centímetros de pedras de gelo.
Demorou dois dias para que tudo derretesse. Era uma pessoa
progressista e estava presente em todos os eventos da
cidade.Anos depois entrou como funcionário do estado no
grupo escolar na função de servente. Ali ele montou em uma
sala, material de estudo de ciências, onde a criançada poderia
ver lacraias ,escorpiões e insetos bizarros dentro de vidros
mergulhados em conservantes.
Tinha também uma coleção de pontas de flechas talhadas em
pedra, coisa antiqüíssima ,de índios que viveram na região.Foi
pioneiro na criação de grupo de escoteiros na cidade. Certa vez,
ele levou a criançada escoteira a um passeio em Porangaba. Para
ir a Porangaba tinha que passar por Tatuí. Fizeram um pequeno
desfile em Tatuí .Em Porangaba a criançada foi agraciada com
um enorme almoço- churrasco em uma chácara.
Para muitas crianças pobrezinhas aquilo foi algo fantástico. Em
sua casa a gente sempre era bem recebido por ele e sua esposa
Cândida.Sempre tinha novidades para contar.Certa vez nos deu
vinho feito em casa,uma de suas experiências. Clarinetista de
primeira linha, tempos depois foi maestro da banda local por
vários anos. Compôs dobrados para bandas, e será o que vai
manter seu nome imortal.
Gostava tanto da terra natal (embora fizesse criticas construtivas)
que viveu toda a sua vida ali, na praça central. Última vez que o
vi, ja estava morando só, na mesma casa. Seu filhos casaram e
foram embora e sua esposa tinha falecido. Mas o seu entusiasmo
continuava firme e forte, ao nos mostrar vídeos de bandas tocando
seus dobrados.
Se ainda não fizeram uma homenagem a um dos mais importantes
cidadãos Guareianos, estão devendo essa. Laelson merecia uma
estátua de bronze na praça, em frente a casa onde viveu grande
parte de sua vida.
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Um comentário:
belas lembranças em homenagem ao nosso eterno maestro da banda municipal de guareí, como antigo integrante tive a honra de conviver nos ensaios, retretas, desfiles etc que realizavamos em guareí e região.
entretanto a guareí do " seu laelson"não existe mais, se foram quase todos os de seu tempo assim como quase todas as coisas tambem.
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