Discussão tardia





















CÚPULA DO CLIMA DE COPENHAGUE TERMINA SEM ACORDO UNÂNIME

da Folha Online
Terminou em completo desacordo a conferência mundial do clima, em
Copenhague. Depois de horas de discussão, os 193 países encerraram a
fracassada negociação ao "tomar nota" do acordo que havia sido aprovado,
ontem (18), por Estados Unidos, China, Índia, Brasil e a África do Sul. Isso
significa, segundo especialistas, que o acordo não teve a unanimidade de
que precisava para vigorar, mas que, ainda assim, pode ser aplicado.

Sob fiasco, secretário-geral da ONU festeja "acordo"Em Copenhague, Lula
faz ponte entre EUA e China Pelas regras da ONU (Organização das Nações
Unidas), um acordo precisa de unanimidade para vigorar. Neste caso, no
entanto, essa unanimidade exigia a conciliação de interesses de países
exportadores de petróleo com os de ilhas tropicais preocupadas com as
elevações do nível do mar --o que, afinal, se mostrou impossível.

Ontem, durante todo o dia, os chefes de Estado realizaram reuniões para
tentar chegar a um acordo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encarnou
o papel de mediador entre os ricos e os emergentes e recebeu, em seu hotel,
Nicolas Sarkozy (França), Angela Merkel (Alemanha) e Gordon Brown
(Reino Unido), além do premiê chinês, Wen Jiabao.

O brasileiro também pôs na mesa a possibilidade de "dar dinheiro" para o
fundo que ajudaria países em desenvolvimento a adotar medidas pelo
clima. "Estamos dispostos a participar do financiamento se nós nos
colocarmos de acordo numa proposta final, aqui.

" Não funcionou. Por fim, tentou conciliar os gigantes poluidores, Wen e
o americano Barack Obama, na busca de uma linguagem adequada para
atender aos dois antagonistas, no texto final. À noite, todos os líderes
deixaram Copenhague visivelmente insatisfeitos, embora com a certeza
do acordo.

Durante a madrugada, o diálogo só piorou. O texto pré-aprovado por, no
total, 30 países ricos, emergentes ou em desenvolvimento, foi barrado por
países como Tuvalu, Venezuela, Bolívia, Cuba e Sudão, para quem a adoção
de um acordo com o qual não tinham colaborado não era uma opção.

Houve intensos debates. Já neste sábado, o presidente da Conferência, o
primeiro-ministro dinamarquês Lars Lokke Rasmussen, fez uma pausa de
algumas horas na sessão, para consultar com os advogados uma possível saída.

O meio encontrado foi a "tomada de nota" que, de acordo com o diretor da
ONG Union of Concerned Scientists (União dos Cientistas Preocupados, em
inglês), Alden Meyer, significa que "há status legal suficiente para que o
acordo seja funcional, sem que seja necessária a aprovação pelas partes".

O acordo pré-aprovado --que Obama definiu como "insuficiente"-- trazia
como metas limitar o aquecimento global a 2ºC e criar um fundo que
destinaria US$ 100 bilhões todos os anos para o combate à mudança climática
--sem nenhuma palavra sobre metas para corte em emissões de CO2, a grande
expectativa da cúpula, que era pra ser a maior do século.

O desacordo levou algumas delegações a afirmar que o impasse na cúpula do
clima estava próximo do da rodada Doha. Um integrante da delegação
sudanesa comparou políticas dos países desenvolvidos ao Holocausto, dizendo
que o aquecimento global está matando gente na África.

Já ontem, diante do inevitável fiasco de Copenhague, o presidente francês,
Nicolas Sarkozy, convocou uma nova reunião para Bonn, na Alemanha, em
junho. A próxima COP está marcada para dezembro de 2010 no México.
Posted by Picasa

Nenhum comentário: