Sem perder o jeito


28/04/2011
    Após morte de 35 índios, governo de MT decreta         situação  de emergência.

GUSTAVO HENNEMANN
DE SÃO PAULO
Folha. com

O número elevado de mortes em aldeias indígenas de Campinápolis, no interior de Mato Grosso, levou o governo do Estado a decretar nesta semana situação de emergência no município.

Desde o início de 2011, 35 índios da etnia xavante morreram vítimas de doenças como diarreia e pneumonia.

No ano passado, foram registradas 72 mortes nas aldeias de Campinápolis, onde vivem cerca de 6.500 índios. Aproximadamente 80% das vítimas eram crianças com menos de 4 anos.


Segundo o secretário de Saúde do município, João Ailton Barbosa, as comunidades locais "historicamente" receberam um atendimento médico insuficiente por parte da Funasa (Fundação Nacional de Saúde).

Mas a situação piorou no segundo semestre do ano passado, quando o governo criou a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) para assumir os serviços.

Em uma transição mal sucedida, segundo Barbosa, a Funasa reduziu suas atividades na região antes de a Sesai implementar suas ações, o que fez o índice de mortes aumentar.

O responsável pela Sesai, Antônio Alves de Souza, diz que houve "dificuldades em todo o país" durante a transição e que o processo político que resultou na criação do órgão "criou instabilidade no sistema e nas equipes" a cargo da Funasa.

"Isso pode ter contribuído [para o aumento dos casos de morte], mas é um quadro que já vinha de antes", afirma.

Souza disse que o distrito indígena xavante, localizado em Campinápolis e outros municípios da região, é prioridade da Sesai.

Desde janeiro, uma força-tarefa composta por médicos e outros profissionais foi enviada para melhorar o atendimento às comunidades, o que vem reduzindo o número de mortes, conforme Souza.

O órgão também aumentou em 25% a equipe de saúde permanente e comprou veículos especiais para o deslocamento dos doentes.

Ao decretar situação de emergência, a Prefeitura de Campinápolis pediu ao governo federal que libere recursos para a construção de um novo hospital, que permitiria o atendimento de casos de média complexidade.

Segundo o Ministério da Saúde, não houve descontinuidade na contratação de equipes médicas no processo de transição entre os órgãos e, desde outubro, a Sesai é a única responsável pelo atendimento aos indígenas.

Como as coisas por aquí são largadas, foi necessário a morte de 107 índios para alguma providência ser tomada.A incompetência é tanta que até as transições  de uma OG para outra é trabalhosa e cheia de problemas.

Nossos índios, os verdadeiros donos da terra vivem nessa área principalmente, não tendo uma atenção do governo como mereciam. É necessário ONGs como as da Igreja Presbiteriana e Metodista para ajudar.Eles fazem um trabalho digno e relevante, dando assistência completa.Veja links abaixo.

Nosso desgoverno continua tentando acabar com os selváticos, assim como foi desde a descoberta do Brasil.Antes eram trucidados. Agora, deixa-se que as moléstias  façam o serviço.E a copa vem aí, com enormes gastos para dar circo ao povo. Será que alguém não tem um pouco de peso na consciência?



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