DECADÊNCIA DO IMPÉRIO

A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO CATÓLICO.


Aos poucos, a Igreja Católica vai perdendo seu espaço. Não adianta o
Papa pregar contra a cultura da libertação, porque, no mundo inteiro,
a coisa caminha cada vez mais contra a vontade da Igreja.
Foi-se o tempo em que cardeais e bispos impunham as suas
“jurisprudências” para determinar punições às ovelhas negras do
rebanho católico.

De uma maneira geral, a tendência é que as novas
gerações deixam de lado todo o conservadorismo herdado de
antigamente. Exemplos não faltam. Hoje, realizam-se manifestações
a fim de legalizar o aborto, venda e consumo de maconha, união civil
entre homossexuais e o direito de adoção de filhos por parte do
“casal”.

Em tempos passados, pensar nesses conceitos em uma mesa
de debates seria considerado uma afronta aos bons costumes e
principalmente a Deus. Os anseios da Nova Era não param por
aí. A própria mídia exibe comportamentos neoliberais em suas
novelas e reality shows. Um exemplo contemporâneo do que
reflete a conduta dos adolescentes é “Malhação”; uma novela
que ensina como os jovens devem se comportar no mundo atual.

Ali, instrui-se como roubar o(a) namorado(a) do(a) amigo(a) da
melhor maneira, como e quando ter a primeira relação sexual,
como afrontar os pais em momentos de idéias controversas
dentro de casa, como sabotar uma prova na escola, enfim, por aí vai.
Comparando a uma orquestra, todo esse processo revolucionário
acontece em um Alegro ma non troppo; ou seja, alegre, mas nem
tanto.

Sabemos de onde vimos a para onde caminhamos, porém, não
há nada que possamos fazer para evitar que esse processo continue
a evoluir de uma forma menos danosa aos princípios da moralidade
e dos bons costumes. A Igreja Católica, portanto, em um cenário
como o recente, perde sua remota capacidade de orientar famílias
e até mesmo autoridades sobre os ensinamentos cristãos, que, de
tempos em tempos, estão cada vez menos presentes na cultura
humana.

Não farei referência às igrejas protestantes pois elas são diversas
e cada uma tem a sua ideologia. Umas mantém o conservadorismo,
como a Deus é Amor e a Assembléia de Deus, mas outras seguem
a tendência neoliberal, como a Universal do Reino de Deus e a Vida
e Paz.

A ausência de influência religiosa na sociedade é, até certo ponto,
positiva. A Igreja intrometer-se no debate sobre o uso de células-
tronco embrionárias em pesquisas científicas é democrático, porém,
é ruinoso não contemplar as milhares de pessoas enfermas que
dependem da evolução dessas pesquisas para sobreviverem.
Por outro lado, se a entidade religiosa posiciona-se contra a
legalização da venda de drogas, é positivo para a sociedade
como um todo. Afinal, quem quer ter um filho drogado?

A questão é que a influência religiosa, de uma forma geral, não
surte mais efeitos concretos no mundo atual, e quando consegue,
é de proporção ínfima.
Recentemente, na Espanha, a Igreja Católica sofreu uma derrota
significante. O governo do primeiro ministro daquele país, José
Luiz Rodrigues Zapatero, decidiu cortar a verba de 11,7 milhões
euros que era dada à Igreja mensalmente. Foi o preço que os
padres pagaram por influenciar a oposição a fazer aferro à idéia
de liberar o casamento gay. Para piorar um pouco mais, o clero
perdeu a isenção tributária.

Sou totalmente favorável ao fim do financiamento estatal à Igreja.
Se o país é laico, não tem cabimento tal repasse de recursos
públicos. Mas o fim às benesses financeiras, obviamente, não foi
com vistas à laicidade do Estado, e sim à ideologia católica, que
confronta com interesses da sociedade civil.

Eu, particularmente, como conservador, sou contra o casamento
gay. Mas nem por isso posso impedir o debate democrático sobre
assunto. A Igreja Católica, como integrante de um país laico,
também tem de se submeter aos interesses de uma sociedade
em constante evolução.

Leandro Vieira
http://blogdoleandrovieira.wordpress.com/2008/05/10/a-decadencia-do-imperio-catolico/

* A televisão também colabora com sua força maligna
em busca da famigerada audiência.
Ela poderia ser uma ferramenta do bem, mas não é.
Ultrapassa os limites da moralidade e da honestidade na concorrência
pelo telespectador. E não é somente a que transmite a novela acima
mencionada. Todas elas colaboram com a imoralidade e com os maus
costumes. Vejam a postagem neste blog, "Mundo estranho" de 21/10/2008.

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