Segurança de banqueiro


















LUCRO DE BANCO VAI PREVENIR CALOTE
Governo quer que parte do ganho obtido neste ano seja usado para
enfrentar o aumento da inadimplência.
O governo quer forçar os bancos a reservar parte do lucro deste ano
para enfrentar o aumento da inadimplência de consumidores -
principalmente das classes C e D - que deverá ocorrer nos próximos
meses por causa da desaceleração econômica e da alta do desemprego.

Com a estratégia, o governo espera afastar o risco de insolvência no
sistema financeiro.Na avaliação da equipe econômica, os bancos
tiveram "lucro adicional" com a crise - o que será revelado nos
próximos balanços. Boa parte desse lucro veio com a elevação dos preços
das operações financeiras durante a forte restrição de liquidez
enfrentada a partir de meados de setembro. Se nessa primeira fase da
crise a lucratividade dos bancos cresceu, numa segunda fase o quadro
será de problemas provocados pela inadimplência, advertiu importante
fonte do governo.

O assunto já foi debatido no Planalto, com a equipe
econômica."Os bancos não podem distribuir esse lucro adicional que
obtiveram na crise sob a forma de dividendos aos seus acionistas",
alertou uma alta fonte do governo. "Não permitiremos que eles façam
isso." Para forçar os bancos a reservar parte do lucro, uma medida em
estudo é elevar as provisões aos créditos duvidosos. Os bancos terão
de fazer provisões para operações de prazo mais longo.

Embora admita que o aumento da inadimplência é inevitável, um
integrante da equipe econômica disse não acreditar que a crise possa
revelar o que alguns economistas estão chamando de "subprime
brasileiro". Mas o governo sabe que, nos últimos anos, o crédito no
mercado interno cresceu a taxas muito altas, acima de 25%. Uma
imensa massa de trabalhadores, das classes C e D, teve acesso ao
crédito e comprou bens de consumo duráveis com prazo muito dilatado.

Com as demissões, esses trabalhadores não terão como pagar suas
prestações e os bancos enfrentarão problemas. Esse seria o "subprime
brasileiro", na avaliação de economistas.A avaliação da área econômica
é que essa situação só se concretizaria se ocorresse no Brasil um
processo muito intenso de desemprego, o que não é previsto por
nenhum economista.

O governo considera também haver diferenças substanciais entre o
subprime americano e o processo de endividamento no Brasil. Nos
EUA foram feitas operações hoje chamadas de "empréstimos Ninja" -
crédito a pessoas que não tinham renda, emprego ou propriedades.
O sistema era uma verdadeira pirâmide, baseada no aumento
contínuo dos imóveis. Quando os preços começaram a cair, a pirâmide
desmoronou.Esses "empréstimos Ninja" não ocorreram no Brasil,
garantiram as fontes.

Alem disso, o sistema americano tinha grande alavancagem, ou seja, os
bancos poderiam emprestar dezenas de vezes seu capital. O Lehman
Brothers, por exemplo, estava alavancado em 35 vezes quando quebrou.
No Brasil,o nível médio de alavancagem de bancos é de nove vezes. E parte
considerável do aumento do endividamento foi feito pelo crédito consignado,
técnicos do governo. A maior fatia do consignado foi para servidores públicos
da ativa ou aposentados, que não correm risco de demissão.

Não entendo de economia mas está mais claro que um dia de sol,que o
governo morre de medo de um colapso do sistema financeiro.Colapso no
sistema é o mesmo que muitas vacas irem ao brejo. Até a vaquinha rica do
governo. Por isso trata os bandidos banqueiros, com mais carinho que os
esfomeados pobres patrícios.

Não me preocupo muito em entender de economia, pois é uma área
onde parece que ninguém entende nada. Vejam as previsões dos experts e
confira. Já tivemos ministros da fazenda que não conseguia debelar a
inflação mas era cheio de retórica econômica. Sempre houve gente
incompetente nos altos escalões, estando lá por conveniência política e não
por mérito. E a nossa economia como acabamos de conferir dias atraz,
é semelhante a um velhinho exposto ao vírus da gripe.

Como sempre não há nada concreto que a proteja, a não ser conversa fiada
e muita teoria. E isso é coisa que não falta em nossos políticos.


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