Mundo veloz


















MERCADO DE LOCADORAS DE FILMES CAI À METADE
NO BRASIL

ANA PAULA SOUSA
da Folha de S.Paulo
No início, era preciso rebobinar as fitas antes de devolvê-las.
Depois, quando o século virou 21, o DVD tornou antiquado o
verbo rebobinar, mas deixou eufórico o público. E, por
consequência, os empresários.

Locadora de filmes da rede Video Norte, que fechou 12 lojas
em São Paulo .O mercado estima que, entre 2003 e 2005,
havia, no Brasil, quase 14 mil locadoras de filmes. Mas, a
partir de 2006, a festa começou a esvaziar. Hoje, há, no
máximo, 6 mil lojas.

A União Brasileira de Vídeo ainda não fechou os números de
2009, mas, entre 2006 e 2008, o número de DVDs
comercializados no país caiu 14%, de 28,7 milhões para 24,7
milhões de unidades. Quando se leva em conta apenas a
venda para locadoras, a curva acentua-se ainda mais: de 8,5
milhões para 4,6 milhões, ou seja, uma redução de 45%.

"Achei que se estabilizaria em 2009, mas a queda deve ter
sido de mais 10%", estima Wilson Cabral, da Sony. "Fechei
minhas lojas por causa da pirataria", diz Hélio Pereira, da
Vídeo Norte, rede que chegou a ter 15 lojas em São Paulo.

Hoje, são apenas três --e só uma dele, mais por afeto que
por dinheiro. "Mesmo assim, não sei quanto tempo vai
durar. Quando você puder baixar um filme em casa em dez
minutos não tem mais por que ir à locadora."

Mania de aluguel

Para acompanhar o auge e a queda desse negócio é preciso
pontuar, primeiro, que o Brasil tinha o maior mercado de
locação do mundo. As locadoras surgiram na era do VHS para
atender a um público que, ao contrário de europeus e
norte-americanos, não comprava filmes. Alugava.

Quando o VHS murchou, veio o DVD e, com ele, o boom de um
negócio que atraiu tanto grupos internacionais, como a
Blockbuster, quanto aventureiros. "São comuns os casos de
gente que pegou o FGTS e abriu uma locadora no andar de
baixo de casa e ficou morando em cima", diz Rodrigo Drysdale,
da Warner. "Em todo canto havia uma locadora."

Para os estúdios, foi um negócio e tanto. Eles chegavam a
vender por R$ 100 um produto que saía da fábrica por R$ 5.
Mas eis que, com o DVD, tornado objeto-fetiche, o hábito do
aluguel foi sendo substituído.

Em meados dos anos 2000, as Lojas Americanas passaram a
trabalhar com preços baixíssimos, colocando filmes em cestos,
com a etiqueta R$ 9,90. Para que alugar se comprar era tão
barato? Redes como Fnac e Saraiva também passaram a ser
concorrentes indiretos. "As locadoras resistiram a vender filmes.

Achavam que matariam o próprio negócio", analisa Cabral.
Quando acordaram para a venda, encontraram concorrentes
mais difíceis de enfrentar: a pirataria e o download, que
tornaram ainda mais anacrônica a espera pelo lançamento
de um filme em DVD.

Conforme aumentava a venda de filmes nas barraquinhas
de camelôs, saía de cena, por exemplo, a Blockbuster,
comprada pelas Lojas Americanas, em 2007. "Em São Paulo,
o público foi afastado da locação pelo fim da Blockbuster.

Mas em outros lugares, a situação não é a mesma", avalia
Victor Camargo, da Videoteca, que possui 20 lojas no sul do
país e comprou, em 2009, a Mega Mil, que está em sete
Estados. "A onda do DVD passou e alguns empresários ficaram
desanimados. Mas ainda tem muita gente que busca
atendimento personalizado. Brasileiro gosta de conversar."

Mas, mesmo no interior, há quem desconfie da tese da conversa.
"Dar boas dicas não resolve. Não dou cinco anos para esse
negócio acabar", diz Carlos Sbruzzi, que abriu uma locadora
em 1986, em Carazinho (RS), mas jogou a toalha.

Tábua de salvação

A impressão de Sbruzzi está longe de ser unanimidade. Há, de
um lado, as locadoras de nicho, como a 2001, e, de outro, o
blu-ray, disco de altíssima definição, com mais possibilidades
interativas, que pede uma TV full HD. "Não é uma mudança
tão radical quanto do VHS para o DVD, mas é uma nova
tecnologia muito atraente", diz Drysdale.

Em 2009, foram vendidas 230 mil unidades de blu-ray, ante
90 mil em 2008. "Neste ano, devemos chegar a 600 mil
unidades. Com a Copa do Mundo, muita gente vai trocar de
TV", aposta Cabral.

Os estúdios buscam incentivar as locadoras a investir em séries
de TV que, hoje, são mais vendidas que alugadas, e games.
"Eles precisam acreditar que vão sobreviver", diz Drysdale.
"Aluguel, venda e internet vão coexistir."

Na tentativa de animar os sobreviventes, a Sony engendrou
extras exclusivos para locação no DVD "This Is It", de Michael
Jackson. "É a primeira vez que fazemos isso", diz Cabral.
"Queremos mostrar aos donos de locadoras que acreditamos
que o mercado não está morto."

A eletro-informática é um mundo veloz.A gente compra um DVD
player hoje e daqui alguns dias ele está ultrapassado por outro,
com características melhores e recursos inovadores. Vejo por
mim.Tinha um DVD player comum que rejeitava muitos filmes.
Só tocava os quais ele ia com a cara.

Depois troquei-o por um que tocava tudo. Mas na verdade não
era tudo. Daí surgiu os que tocavam MP3.Com isso eliminava o
toca discos e o toca-fitas. Mas não parou aí...logo vieram os com
Dvix. Agora temos os de Blu-ray.Nem bem acostumamos com
um sistema e logo vem outro.

Mas não é somente as locadoras que estão perdendo espaço. A
TV aberta na verdade é a grande perdedora.Ninguem mais
assiste aos eternos reprises de filmes B. A rede globo comprou
a serie Lost e começou a exibi-la nas madrugadas.Hoje a série
é vista um dia depois de ser exibida na TV americana.É só o
tempo de colocarem legenda e ja está na NET.

E se está na NET, está em casa. BY,BY tv aberta. Agora alerto
para o seguinte:Filme pirata comprado ali na esquina é só para
quem não liga para qualidade.E arte sem qualidade é uma shit.










Nenhum comentário: