QUERIA NASCER LÁ.
Tem uma turma que acredita piamente que depois que a gente
morre a conta tá feita e não aparece mais por aqui. Ja uma outra
garante que a gente volta de mala e cuia e continua a viver no
mesmo estilo. Um terceiro grupo das"Maria vai com as outras"
diz que além de ir e voltar tem que cumprir um número de
vezes.
Parece que é 108.Imaginem agora , a gente voltando cento e oito
vidas aqui no Brasil. Tenho um amigo que diz que se isso for
verdade, ele fará um grande protesto, fechando ruas com
tranqueiras e pneus queimando, mas de maneira alguma quer
voltar a nascer por aqui novamente.
Considera uma vez o suficiente e de bom tamanho.Acha que a
coisa tem que ser na base da democracia e portanto, de livre
escolha.E acrescenta que ja sabe de antemão onde ira´pedir
para nascer.Será nos states.Lá sim é o país onde todos deveriam
nascer.
Mesmo sabendo que isso é utopia , ele acrescenta que lá o cidadão
é valorizado como tal e que o estado tem força protetora e as leis
embora rigorosas são mais justas do que deste lado.Aqui ficamos
enjoados de ver muita conversa e pouca ação e envergonhados de
ver governos incompetentes e corruptos.
Maior vergonha ainda é quando a suprema corte toma decisões
esdrúxulas e depois volta atrás, mediante ameaça de represália
eminente no setor de exportação.Ele quer mesmo é nascer por
lá.E se possível, excluir as possibilidades não só do Brasil mas
de toda a América Latina.
Na pior das hipóteses se a agenda de nascimentos direcionados
estiver lotada, escolheria então o Canadá.E se por uma infelicidade
extrema tiver que voltar em algum lugar da America Latina,
então que seja a Guiana Francesa.Sera o mesmo que sair do barro
para o asfalto.
Ou da areia escaldante do deserto para um Oasis verdejante e
refrigerado.De uma coisa ele tem certeza.Aqui não quer voltar
mais.Nem que nossos atletas consigam o maior número de
medalhas de ouro na olimpíada e que o tal de PAC dê certo.Nem
que que as favelas se transformem em lugares aceitáveis , que a
corrupção fique apenas como uma memória negra na história e
que na política não existam mais barbados .
Ouvindo o meu amigo, quase me envolvo em sua empolgação
e minha cabeça começa a maquinar imagens de ajudá-lo,
empurrando os móveis estragados e ateando fogo nos pneus em
um grande protesto para termos o direito de usufruir do
chamado: "livre arbitrio".
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