Chumbo trocado não dói



















EUA se dizem ‘decepcionados’ com retaliação do Brasil
O Estado de São Paulo
Escritório do governo diz que espera chegar a acordo para evitar sobretaxa.
O Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla
em inglês) afirmou, nesta segunda-feira, 8, que o país ficou 'decepcionado'
com a decisão do governo brasileiro sobre a retaliação comercial contra os
EUA.

"Ficamos decepcionados ao saber que as autoridades brasileiras decidiram
prosseguir com a retaliação", disse a porta-voz Nefeterius McPherson. As
declarações foram feitas após a divulgação da lista de 102 produtos
americanos que deverão pagar sobretaxa para entrar no Brasil, no valor
total de US$ 591 milhões.

Segundo o USTR, o governo continua trabalhando na busca uma solução
para a disputa e espera chegar a um acordo com o Brasil nos próximos 30
dias para evitar que seus produtos sejam alvo de retaliação comercial.
"O USTR está trabalhando para chegar a uma solução para as questões
nessa disputa sem que o Brasil recorra a retaliações e nós continuamos a
preferir uma solução negociada", disse McPherson.

Secretário de Comércio Nesta terça-feira, em visita ao Brasil, o secretário
de Comércio dos Estados Unidos, Gary Locke, deverá discutir o assunto
com autoridades brasileiras. Um funcionário do Departamento de Comércio
disse à BBC Brasil que Locke não deverá apresentar uma contraproposta
para resolver o impasse, mas deverá aproveitar a visita ao Brasil (que já
estava agendada) "para tratar de vários assuntos, incluindo a retaliação
aos produtos americanos".

A agenda do secretário americano em Brasília inclui reuniões com os
ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel
Jorge, e da Fazenda, Guido Mantega. Locke também vai participar de
encontros com dirigentes de empresas americanas e membros do setores
público e privado do Fórum de CEOs Brasil-EUA. Indústria A sobretaxa
imposta aos produtos americanos deve entrar em vigor no prazo de 30
dias.

No entanto, o Brasil já disse que "ainda está aberto" a um acordo com
os Estados Unidos para evitar as retaliações. Na semana passada, em
visita ao Brasil, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton,
afirmou que seu governo ainda tem esperança de que os dois países
cheguem a um acordo antes que as medidas entrem em vigor.
Representantes da indústria americana também disseram confiar na
possibilidade de um acordo para evitar a retaliação.

"O fato de Clinton e o ministro Celso Amorim (de Relações Exteriores)
terem concordado com o prazo de 30 dias para que as medidas entrem
em vigor é um bom sinal", disse à BBC Brasil o diretor de Política de
Comércio Internacional da Associação Nacional dos Manufatureiros dos
Estados Unidos, Doug Goudie. "Há boa vontade de sentar e discutir o
assunto, e o fato de que os Estados Unidos estão enviando autoridades
para o Brasil nesta semana é uma boa notícia", disse Goudie.

OMC A decisão brasileira de aumentar a alíquota do Imposto de
Importação para produtos americanos é uma retaliação comercial aos
subsídios pagos pelos Estados Unidos a seus produtores de algodão.
Em novembro de 2009, depois de uma disputa de sete anos, a
Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou o Brasil a levar
adiante a retaliação, num valor total de US$ 829 milhões. O valor total
atingido com a lista divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior nesta segunda-feira é de US$ 591 milhões.

Segundo o ministério, o valor restante de US$ 238 milhões será aplicado
nos setores de propriedade intelectual e serviços, na chamada retaliação
cruzada. A lista de medidas adotadas na área de propriedade intelectual
deve ser divulgada na próxima reunião da Câmara de Comércio Exterior
(Camex), no dia 23.

Segundo Goudie, essas medidas são as que mais preocupam a Associação
Nacional de Manufatureiros, que é a maior associação da indústria
americana. "Retaliações na área de propriedade intelectual podem abrir
um precedente e terão um impacto mais amplo", disse o diretor.
"Esperamos que as discussões entre as autoridades dos dois países
nesta semana possam chegar a uma solução", afirmou.

Os Americanos vivem cientes que seu país é o maioral e por isso podem
agirem do jeito que melhor lhes convém. São iguais aqueles meninos grandões
na escola, que gostam de tomar o lanche dos menores. O Brasil sempre foi
vitima de sobretaxas de exportação. Eles protegem com unhas e dentes , sua
industria e sua agricultura. O que não acontece aqui.

O governo toma uma medida justa ao impor retaliações a êsse usual tipo de agir.
Só espero que fiquem firmes em suas posições e não façam negociações
favoráveis somente a eles. Façam de conta que lá, é aquí.

Nenhum comentário: