Pagando caro


























BRASILEIRO PAGA TARIFA DE ENERGIA DAS MAIS CARAS DO MUNDO


Brasileiro paga uma das tarifas de eletricidade mais caras do mundo.
Valor é mais alto que no Canadá, Estados Unidos, Noruega, França e
México, e deve aumentar ainda mais neste ano.
Nicola Pamplona para o jornal O Estado de São Paulo
RIO - Em meio a uma sucessão de apagões, o brasileiro paga uma das
tarifas de energia mais caras do mundo. Segundo levantamento da
consultoria Advisia, por encomenda da Associação Brasileira dos
Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace), as tarifas
no País só perdem para as cobradas na Alemanha, numa comparação
com 7 países industrializados.

O levantamento aponta que a tarifa paga pelo consumidor brasileiro
- seja residencial ou industrial - é mais alta do que as do Canadá,
Estados Unidos, Noruega, França e México. O estudo usa dados
de 2007, por causa da defasagem nos sistemas internacionais de
consulta, como a Agência Internacional de Energia (AIE). Mas,
segundo especialistas, a relação não mudou substancialmente.

Na época, a tarifa residencial média no Brasil era de US$ 184 por
megawatt-hora (MWh) e a industrial, de US$ 138 por MWh. O
valor mais baixo para residências era encontrado na Noruega,
de US$ 48 por MWh. No segmento industrial, o Canadá tinha a
melhor tarifa: US$ 68 por MWh. Na Alemanha, que tinha as
maiores tarifas, os consumidores residenciais pagavam US$ 212
por MWh e os industriais, US$ 84 por Mwh.

"Deveria haver alguma relação entre custo de energia e
qualidade, até porque boa parte da tarifa brasileira é referente
a encargos, incluindo o sistema de transmissão, que está
falhando", comenta o presidente da Abrace, Ricardo Lima.

Ele cita ainda os Encargos sobre Serviços do Sistema, outra
taxa paga para manter a confiabilidade no fornecimento. Ao
todo, os encargos e impostos representaram metade do custo
da energia comprada pelas indústrias brasileiras em 2007.

A área energética do governo cita justamente a carga tributária
como fator preponderante no alto preço da eletricidade, pois
o custo da produção de energia está entre os mais baixos do
mundo.A sucessão de falhas, seja em linhas de transmissão
ou redes de distribuição, indica que a relação entre custo e
qualidade, indicada por Lima, está desproporcional.

Levantamento publicado pelo no fim de 2009 indica que o
número de interrupções no fornecimento em 2008 foi o pior
desde 2001. Os dados de 2009 ainda não foram fechados,
mas especialistas avaliam que os últimos meses foram
muito ruins. Esta semana, a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) anunciou uma multa de R$ 9,5 milhões à
distribuidora Light por interrupções no fornecimento nos
meses de novembro e dezembro.

Ontem, o governo de São Paulo voltou a cobrar explicações
da Eletropaulo pelo mesmo motivo.Ex-presidente da
distribuidora paulista, o hoje consultor Eduardo Bernini
destaca o avanço nos últimos anos, mas concorda que o
verão mostrou que há grande fragilidade na rede de
distribuição de energia nas principais cidades.

Ele ressalta, porém, que a qualidade no fornecimento
também implica tarifas mais altas.
O levantamento da Advisia indica ainda que, entre os
países pesquisados, o Brasil teve o maior aumento de
tarifas industriais no período, de 21,6% ao ano, ante 12,7%
no México e 1,2% na Alemanha.

A expectativa do mercado é que de os preços voltem a ser
pressionados este ano, já que as chuvas nos reservatórios
das hidrelétricas estão abaixo da média histórica, o que
aponta para a necessidade de uso de térmicas.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS),
o volume de água armazenável nos reservatórios das Regiões
Sudeste e Centro-Oeste está em 63% da média histórica de
fevereiro. "Está chovendo muito, mas no lugar errado",
aponta o professor Nivalde de Castro, do Grupo de Estudos
do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ.

O preço do mercado atacadista para a próxima semana,
divulgado sexta-feira, atingiu R$ 34 por MWh, após quase
seis meses mantendo o valor mínimo, em torno dos R$ 12.
"As condições dos reservatórios tendem a se deteriorar,
com reflexo sobre os preços", diz Castro.

Na verdade não é só a energia que é cara. Pagamos o maior
preço da America Latina nos combustíveis, que ja não são
importados. Os serviços de telefonia também estão lá
em cima . Vamos lembrar de tudo isso na hora de votar.

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