5/03/2011 - 08h41
Com órgãos já "doados", homem se mexe na maca em hospital de SP
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
Folha.com
A família de um homem vítima de um tiro na cabeça afirma que já havia até autorizado a doação dos órgãos quando, surpresos, foram informados de que, na verdade, ele não havia morrido.
Eles contam que o cobrador Hamilton Souza Maia, 43, foi diagnosticado com morte cerebral num hospital de São Paulo e, no dia seguinte, moveu as pernas, a cabeça e levantou uma mão.
Os movimentos chegaram a ser classificados como "reflexos" pelos enfermeiros. Horas mais tarde, porém, três médicos afirmaram que Maia, internado desde terça no hospital municipal José Storopolli, conhecido como Vermelhinho, estava vivo.
"Já estava com a sala do velório agendada quando vi a cena e tive a informação. Estou chocada", diz a mulher do cobrador, a dona de casa Eva Vilma Souza Maia, 48.
Eva Vilma e o filho Luis Gustavo deixam hospital após visitar o marido que se mexeu após ser declarado morto.Atingido por um tiro por volta das 22h30 de terça, quando um ladrão tentou levar seu carro, o cobrador foi levado para o Vermelhinho, na Vila Maria, na zona norte.
Como não havia equipamentos de tomografia ali, ele foi encaminhado ao complexo hospitalar do Mandaqui, também na zona norte, onde passou pelo exame.
"Quando ele voltou de lá, o médico disse que a tomografia havia comprovado que ele teve morte cerebral. Até me pediram autorização para doar os órgãos e eu autorizei", afirma Eva.
Anteontem à tarde, ela recebeu a informação de que o marido estava vivo e reagia a impulsos. "O médico beliscou a mão dele e ele se mexeu. Fiz cócegas nos pés e ele reagiu", diz a dona de casa.
Apesar de responder a estímulos, o estado de saúde do cobrador ainda é gravíssimo, diz a família. O projétil está alojado em sua cabeça e ele perdeu massa encefálica.
OUTRO LADO
A Secretaria de Estado de Saúde, órgão responsável pelo complexo hospitalar do Mandaqui, informou que o exame feito em Hamilton Souza Maia aponta que ele estava em coma irreversível. O órgão afirmou ainda que em nenhum momento usou o termo morte cerebral.
Já a Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo hospital Vermelhinho, disse que abrirá uma investigação preliminar para apurar se houve falhas e se os procedimentos que devem ser adotados em casos de morte encefálica e de doação de órgãos foram seguidos corretamente pelos profissionais.
Se você estiver doente e o quiserem internar, se despeça antes da família e os aconselhe a ficar rezando. Parece que risco maior que os males que nos assolam, é a negligência hospitalar.
As vezes fica cansativa a minha repetição, que vivemos em um país largado.Os interesses do governo sempre foram direcionados para ele mesmo, deixando a população sem proteção.O Estado em uma manobra iníqua,se exclui dos deveres de casa e que estão registrados na falada constituição.
Se você estiver doente e o quiserem internar, se despeça antes da família e os aconselhe a ficar rezando. Parece que risco maior que os males que nos assolam, é a negligência hospitalar.
As vezes fica cansativa a minha repetição, que vivemos em um país largado.Os interesses do governo sempre foram direcionados para ele mesmo, deixando a população sem proteção.O Estado em uma manobra iníqua,se exclui dos deveres de casa e que estão registrados na falada constituição.
Não temos fiscalização, nem controle de entidades que atendem o povo. Daí acontecerem essas coisas mórbidas.A eficiência nunca foi o forte neste país.Então fique atento , instrua sua familia para ficar de plantão, porque sua "causa mortis" poderá ser de negligência e não da doença que o atormenta.
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