De olho na concorrência


14/07/2011 - 09h17
Servidora da União é acusada de espionar para a Souza Cruz
Folha.com
DE SÃO PAULO

Uma funcionária do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior desrespeitou uma das normas da OMS (Organização Mundial da Saúde) ao participar de uma reunião internacional em que se discutia formas de reduzir o consumo de tabaco.


A informação é da reportagem de Mario Cesar Carvalho publicada nesta quinta-feira na Folha, que aponta ainda que a funcionária ligou para a Souza Cruz para relatar o conteúdo do encontro da OMS. 

De acordo com o texto, a reunião era sobre a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, o primeiro tratado internacional sobre saúde, assinado por 194 países. O objetivo do encontro era evitar que interesses comerciais minassem o acordo.

"Ela contou para a indústria informações que não poderiam passar. E sabia que isso é proibido por uma convenção internacional. É espionagem", diz Paula Johns, coordenadora da ACT (Aliança do Controle do Tabagismo).

OUTRO LADO

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior disse em nota que "irá adotar os procedimentos administrativos necessários para a apuração da denúncia". A cúpula do ministério não havia sido informada de que há uma suspeita de espionagem com uma funcionária do alto escalão, segundo a Folha apurou.

A reportagem procurou a funcionária do ministério identificada como Rita de Cássia Milagres, mas não conseguiu localizá-la nem em Brasília nem por meio de seu celular.

A interlocutora dela na Souza Cruz, também citada no documento, é Ana Maria Carneiro, gerente de relações governamentais em Brasília. A Souza Cruz não quis comentar a suspeita envolvendo sua funcionária.

O deputado Luiz Carlos Heinze, que também recebeu chamadas de Rita, diz que as suas conversas com a funcionária do ministério não podem ser caracterizadas como espionagem, porque ele teria direito de participar da reunião.

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