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19/08/2011
Barulho e cães são os maiores causadores de problemas entre vizinhos
Folha.com
DE SÃO PAULO
No dia 19 de agosto, comemorou-se em São Paulo o dia do Vizinho. E a Folha conversou com especialistas em condomínios sobre os problemas que mais irritam os moradores dos prédios paulistanos.

O pior deles é o barulho, diz a advogada Evelyn Gasparetto. Ela conta o episódio de uma família com três crianças com menos de sete anos. "O vizinho de baixo dizia que até entrou em depressão, que não conseguia dormir e trabalhar".
Após uma reunião com Gasparetto, advogada do condomínio na época, os moradores indicaram ao pai de família tapetes emborrachados, para absorver o impacto e diminuir o barulho. "Ele concordou, mas queria que o condomínio comprasse. Não é fácil para o síndico lidar com tudo isso", recorda.
Outro caso lembrado pela advogada é de um rapaz, com alguns problemas psicológicos, que soltava bombinhas nas áreas comuns do prédio. "Os moradores fizeram uma assembléia para torná-lo 'persona non grata' no condomínio", afirma.
Dados da administradora Lello corroboram com a opinião da advogada. Segundo levantamento com mais de mil condomínios, 40% das multas são por causa de barulho em horários impróprios, das 22h às 6h.
CÃES
O barulho é o caso mais frequente, mas existem outros problemas tão ruins quanto, afirma Angélica Arbex, diretora da Lello. Ela ressalta os conflitos devido à presença de cachorros nos prédios. As regras, que variam em cada condomínio, vão de focinheira obrigatória nas áreas comuns até a proibição de animais de grande porte no prédio.
Arbex afirma que, ao contrário das brigas por som alto, que podem ser resolvidas racionalmente, as discussões por bichos de estimação envolvem a emoção do morador. "Em muitas vezes, o cachorro é como um filho para a pessoa. Ela simplesmente não aceita determinadas regras".
Em um caso extremo, Gasparetto conta que um inquilino, dono de pit bull, queria sempre descer com o cão solto, sem focinheira. O condomínio entrou em contato com a dona do imóvel, discutiram e fizeram reuniões, todas sem sucesso.
"Quando fizeram uma ação judicial, ele simplesmente entregou as chaves e foi embora com o cachorro, mas não quis discutir".
Com desavenças justificadas ou não, as especialistas reafirmam a importância de os moradores procurarem a conciliação, antes de se recorrer a advertências e multas.
"Uma coisa é brigar no supermercado; outra é ter um conflito na sua moradia. Você vai ter que esbarrar com a pessoa no elevador, ou vai encontrar com o vizinho na entrada. Não tem como escapar do incômodo", alerta Arbex.
O problema de barulho com vizinhos  é matéria que dá para encher toneladas de jornais. A pobreza e em certos casos da classe média, tem esse tipo de problema.
O brasileiro vive amontoado.Os pobres vivem em barracos de favelas, encostados uns aos outros, muitas vezes tendo como parede uma folha de Flandres.Os mais abastados ja moram em apartamentos onde as construtoras por economia negligenciam no isolamento acústico.
Os que moram em favelas tem o barulho pelas laterais dos barracos. Os que vivem em apartamentos ja os tem por todos os lados.Muita gente fica louca.
Morar tão próximos uns dos outros, não teria problema se fôssemos um povo bem educado. Mas não somos. Geralmente o individuo acha que manda na área onde mora.Aí acontece que quem faz barulho  acha que tem direito e quem ouve o barulho também pensa a mesma coisa. Mas o segundo é que está certo.
A casa do pobre ( assim como a minha) é feita em terrenos estreitos, muitas vezes são geminadas . A proximidade com o vizinho do lado também é muito pequena, misturando todos os sons em nossos ouvidos.Daí acontece o inevitável confronto.

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