Bandidos oficiais



















BANCOS PÚBLICOS LIDERAM ALTA DE JUROS

Levantamento feito com dados do BC mostram que taxas médias
do BB e da Caixa subiram mais que as do Itaú, Bradesco e Santander.

Fernando Nakagawa, BRASÍLIA - O Estadao de S.Paulo
Os bancos públicos lideram a alta dos juros nos empréstimos ao
consumidor em 2010. Levantamento feito pelo "Estado" com dados
do Banco Central mostra que a taxa do Banco do Brasil e da Caixa
Econômica Federal subiu este ano mais do que no Itaú, Bradesco e
Santander.

Os bancos federais lideram a alta nas quatro operações para pessoas
físicas acompanhadas pelo BC: crédito pessoal, financiamento de
veículos, aquisição de bens e cheque especial.

Analistas dizem que a alta pode ser fruto da recomposição da
margem de lucro ou de mudança no perfil dos clientes.

Após meses de atuação agressiva, com corte dos juros entre 2008
e 2009, o comportamento dos bancos públicos parece mudar.
Números do BC mostram que o juro médio praticado pelo BB e
pela Caixa sobe gradualmente desde o fim de 2009.

Na modalidade mais tradicional de empréstimo, o crédito pessoal,
a Caixa lidera o aumento. Entre o fim de 2009 e 18 de março, a
taxa subiu 2,9 pontos porcentuais e atingiu 30,9% ao ano.

Proporcionalmente, essa foi a maior alta de juros - cerca de 10%
no período - entre os cinco maiores bancos. O BB foi o segundo
que mais elevou a taxa. No Itaú, oscilou ligeiramente e o
Bradesco reduziu em 4 pontos.

Carros. No financiamento de veículos, operação apoiada pelo
governo, foi a vez de o BB liderar. No ano, a taxa média do banco
subiu 3 pontos e está em 22,9%.

Na média, o BB empresta hoje com um juro 15% maior que o do
fim de 2009. Em segundo na lista, a Caixa teve aumento de 1,7
ponto. A taxa do Bradesco subiu 1,2 ponto e o Itaú reduziu os
juros em quase 2 pontos.

Ainda que esses bancos não tenham anunciado a alta do custo
dessas operações, a taxa cobrada pode subir. Isso acontece
porque as instituições estabelecem juros mínimos e máximos e
a taxa praticada oscila dentro desse intervalo, conforme o perfil
do cliente.

Se o banco avaliar que o tomador do empréstimo tem mais
risco, cobra mais juro. Desde o início do ano, é esse movimento
que tem acontecido.

Queda da inadimplência. "Os bancos públicos podem estar
aproveitando o aumento da demanda para recompor margens.
Essa é a explicação mais razoável, até porque o risco de crédito
não aumentou nos últimos meses.

Pelo contrário, a inadimplência caiu e diminuiu a chance de
calote, o que deveria gerar um alívio nos juros", diz o diretor
do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad),
Alberto Borges Matias.

O economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos
(Febraban), Rubens Sardenberg, fez uma avaliação parecida.
"Podemos ter milhares de explicações, mas há alguns motivos
mais comuns.

No caso dos públicos, eles fizeram um movimento muito forte
de corte da taxa na crise e, agora, podem estar recompondo
margem. É possível também que, para manter o ritmo de
crescimento, estejam operando com novos clientes, o que
eleva a taxa final."

Vale lembrar que, mesmo com a alta recente, os bancos
públicos ainda praticam taxas competitivas. No cheque
especial e no crédito pessoal, Caixa e BB emprestam com as
taxas mais baixas entre os cinco grandes.

No financiamento de veículos, estão na média do mercado.
A exceção fica com a aquisição de bens, segmento em que
a Caixa empresta com o maior juro dos cinco maiores
bancos: 71,9% ao ano.

Que beleza os bancos que se dizem do povo, fazerem uma
coisa dessa. Já pensou então se não fossem do povo?
Essa é a maior propaganda enganosa, que existe dos bancos.






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