Estamos fritos.



A cada 2 dias, um profissional de enfermagem é acusado de erro

Foram 980 queixas entre 2005 e 2010, 250 delas no ano passado; desses casos, 20 causaram morte ou dano definitivo

01 de fevereiro de 2011 | 0h 00
Bruno Ribeiro - O Estado de S.Paulo
A cada dois dias, um profissional de enfermagem do Estado é acusado de erro durante atendimento médico. Foram 980 queixas entre 2005 e 2010 (250 delas no ano passado). Os dados são do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP). Em 20 desses casos, a falha resultou na morte do paciente ou em danos definitivos.
O balanço foi divulgado ontem, em meio à denúncia de que uma criança de 1 ano teve parte do dedo mindinho decepada por uma auxiliar de enfermagem do Hospital do Mandaqui, administrado pelo governo, enquanto retirava um curativo. A enfermeira, afastada de suas funções, alega que o acidente foi causado por erro na forma como o curativo foi feito, segundo seus familiares. A menina deve ser encaminhada nesta semana para o setor de reimplantes do Hospital das Clínicas, informou o governo.
O presidente do Coren, Claudio Alves Porto, não soube dizer quantas denúncias terminam em punições para os enfermeiros. "Em todos os casos é instaurado procedimento administrativo. O profissional e a instituição são investigados e têm direito à defesa. Se comprovada falha na instituição, a denúncia é levada ao Ministério Público. Se o erro é do profissional, ele é punido." Porto culpa a escalada de erros de enfermeiros e técnicos e auxiliares de enfermagem à má formação.
Vaselina. A Santa Casa demitiu por justa causa a auxiliar de enfermagem que, no ano passado, aplicou vaselina líquida em vez de soro fisiológico na veia de uma paciente de 12 anos, que morreu. O erro ocorreu no Hospital São Luiz Gonzaga, na zona norte. O desligamento da funcionária foi feito no começo do mês, após o término da sindicância que apurou o caso. A Santa Casa, responsável pelo hospital, não quis comentar a saída da profissional, que responde por homicídio culposo. / COLABOROU CAMILLA HADDAD 


São Paulo tem um erro de enfermagem por dia
Caio do Valle
do Agora São Paulo
Não foi o tumor em estágio avançado que o ajudante-geral Paulo Roberto Felipe, 46 anos, tinha no cérebro que o levou à morte. Internado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) durante aproximadamente dois meses no Hospital Santa Marcelina, em Itaquera (zona leste de SP), ele morreu de parada cardiorrespiratória e embolia pulmonar depois que uma auxiliar de enfermagem injetou, por engano, óleo de uso externo em seu sangue.


Hospital lamenta e diz ter revisado política
O caso, que ocorreu em agosto de 2009, é um entre diversos erros de enfermagem investigados pelo Coren (conselho da categoria) no Estado. No ano passado, o órgão recebeu 250 denúncias. Das ocorrências apuradas até novembro, sete resultaram na morte de pacientes --cerca de uma a cada dois meses. Somente neste ano, até o dia 7 de fevereiro, foram 54 notificações, mais de uma por dia.


O irmão de Felipe, Francisco Carlos Felipe, 51 anos, e os outros familiares do paciente pretendem processar a unidade de saúde. O Ministério Público investiga o caso. "Ninguém explicou como aquele remédio foi parar na seringa", diz Roseli Felipe, 42 anos, que também é irmã da vítima.

Pense bem se você  ficar doente , precisar ser internado e ficar a mercê dessa turma. Hoje o indivíduo termina o curso fundamental e a seguir entra em  um curso de auxiliar de enfermagem. Depois de concluir o curso arranja emprego em um hospital. No começo só vai arrumar cama, recolher o lixo e limpar móveis. Em pouco tempo  estará  lavando doente e acertando o soro.

Mais algum tempo estará fazendo injeções , curativos e logo, pequenas cirurgias.Por isso se você precisar ser internado, se despeça antes da familia, dos amigos , que poderá ser um caminho só de ida. Se você voltar, pode se considerar uma pessoa de sorte.Sua hora ainda não chegou.

É claro que existe os profissionais competentes, muitas vezes mal pagos, que tem a profissão como um sacerdócio.Felizmente são a maioria.E dêsses, quase ninguém fala, porque serviço eficiente ninguém nota.

3 comentários:

Anônimo disse...

Não é bem assim não, somos profissionais da saúde e não arrumadeiras, não pode-se generalizar os erros de alguns para todos, não somos monstros não, quando fazemos o curso fazemos por que gostamos e queremos ajudar os outros, não é uma brincadeira, principalmente quando se trata de vidas, infelizmente por falta de atenção de alguns profissionais estão acontencendo vários erros, cada pessoa é uma pessoa, assim como toda profissão há pessoas responsáveis e inresponsáveis, pessoas que levam a sério a profissão e pessoas que trabalham somente por opção!!!

Rabix disse...

Certamente que são alguns poucos os incapacitados ou mal formados que expõe a vida de outros ao perigo.
Mas isso não é culpa somente deles. A culpa maior é do sistema administrativo que deixa de lado o bom atendimento pela corrida ao ouro.Graças a Deus que ainda temos profissionais dedicados e de alto gabarito e principalmente com amor ao próximo.

Anônimo disse...

é assim mesmo ,pois em 2008 minha mãe faleceu por causa de um erro d diagnóstico e ainda por cima fizeram de tudo para esconder o erro do médico, corporativismo é muito grande ,ultimamente usam ser humanos como cobaias, e até hoje não obtivemos resposta sobre a denuncia que fizemos ao cremesp ,já se passaram 4 anos ,quantas vidas já se foram pela incapacidade,soberba de médicos ,estagiários